EU NÃO TROCO UM CUSCUZ, NEM POR PIZZA OU
LASANDA
I
Eu que sou
um nordestino
Do Nordeste
sou seu filho
Gosto de
tudo do milho
Consumo desde
menino
No cuscuz
meu faro fino
Temperado com
a banha
Consumir tenho
a manha
Em bom sabor
se traduz
Eu não troco
um cuscuz
Nem por
pizza ou lasanha.
II
Eu considero
sagrado
Esse nobre
alimento
Consumir com
argumento
É bom quando
recheado
Manteiga ou
queijo assado
Ou qualquer
outra barganha
Não ser
lento como aranha
Clareia como
uma luz
Eu não troco
um cuscuz
Nem por
pizza ou lasanha.
III
No almoço ou
no jantar
O cuscuz
está presente
Ele é feito
da semente
Do milho
quando plantar
E em
primeiro lugar
Outro igual
nunca arranha
Seja qual
for na entranha
O seu cheiro
nos seduz
Eu não troco
um cuscuz
Nem por
pizza ou lasanha.
IV
Com leite e
rapadura
Para o mesmo
adoçar
Antes dele
esfriar
Consumo ninguém
segura
Cuscuz tem a
estrutura
Que qualquer
chef apanha
Comer ninguém
se acanha
Ao consumo
nos conduz
Eu não troco
um cuscuz
Nem por
pizza ou lasanha.
V
Hoje nós
temos flocão
Que dá melhor
qualidade
Porém a
realidade
Dessa alimentação
É enorme
tradição
Que a nossa
mesa ganha
Ele tem a artimanha
Tem a bênção
de Jesus
Eu não troco
um cuscuz
Nem por
pizza ou lasanha.
VI
Sua grande
importância
Não é só no
meu Nordeste
Seja Sul ou
Centro Oeste
Tem a
significância
Países com
elegância
Portugal ou
a Espanha
Reino Unido
e Alemanha
O consumo se
reluz
Eu não troco
um cuscuz
Nem por
pizza ou lasanha.
Mossoró RN, 18.10.2022
Ilton Gurgel, poeta.