terça-feira, 18 de outubro de 2022

EU NÃO TROCO UM CUSCUZ, NEM POR PIZZA OU LASANDA

                    I

Eu que sou um nordestino

Do Nordeste sou seu filho

Gosto de tudo do milho

Consumo desde menino

No cuscuz meu faro fino

Temperado com a banha

Consumir tenho a manha

Em bom sabor se traduz

Eu não troco um cuscuz

Nem por pizza ou lasanha.

                 II

Eu considero sagrado

Esse nobre alimento

Consumir com argumento

É bom quando recheado

Manteiga ou queijo assado

Ou qualquer outra barganha

Não ser lento como aranha

Clareia como uma luz

Eu não troco um cuscuz

Nem por pizza ou lasanha.

                 III

No almoço ou no jantar

O cuscuz está presente

Ele é feito da semente

Do milho quando plantar

E em primeiro lugar

Outro igual nunca arranha

Seja qual for na entranha

O seu cheiro nos seduz

Eu não troco um cuscuz

Nem por pizza ou lasanha.

               IV

Com leite e rapadura

Para o mesmo adoçar

Antes dele esfriar

Consumo ninguém segura

Cuscuz tem a estrutura

Que qualquer chef apanha

Comer ninguém se acanha

Ao consumo nos conduz

Eu não troco um cuscuz

Nem por pizza ou lasanha.

                V

Hoje nós temos flocão

Que dá melhor qualidade

Porém a realidade

Dessa alimentação

É enorme tradição

Que a nossa mesa ganha

Ele tem a artimanha

Tem a bênção de Jesus

Eu não troco um cuscuz

Nem por pizza ou lasanha.

                  VI

Sua grande importância

Não é só no meu Nordeste

Seja Sul ou Centro Oeste

Tem a significância

Países com elegância

Portugal ou a Espanha

Reino Unido e Alemanha

O consumo se reluz

Eu não troco um cuscuz

Nem por pizza ou lasanha.

               Mossoró RN, 18.10.2022

                       Ilton Gurgel, poeta.

 

 

 


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