AS MARCAS DA
SECA E A EXPLORAÇAO POLÍTICA
I
Do meu Sertão sofredor
Falo sobe a estiagem
Devastado pela seca
O Sertão vive na margem
Da exploração política
Que é uma sacanagem.
II
No cenário da imagem
Ração que o gado come
Seu dono preocupado
Pro boi não morrer de fome
O político promete
Mas quando precisa some.
III
Sertanejo tem o nome
Ligado a sofrimento
Falta água e comida
E sem abastecimento
Pro político pedir voto
Tem esse atrevimento.
IV
Sem chuva é um tormento
Não tem chuva no nascente
O mato tostado e seco
O chão escaldante e quente
O político nem liga
Dá uma de incoerente.
V
Rotina não diferente
Um pesadelo profundo
Sintomas pra o Sertão
Parece o fim do mundo
O político não faz
Nada em nenhum segundo.
VI
Sentimento é profundo
Que nós temos no Sertão
Sem chuva a planta morre
Ficamos sem produção
Enquanto que o político
Faz sua exploração.
VII
Com esta situação
O povo se prejudica
Sem inferno não tem nada
Melancia ou canjica
O gaiato do político
Preocupado não fica.
VIII
No Sertão a oiticica
É fonte pra faturar
Trabalho quase extinto
Não compensa trabalhar
O político não faz nada
A não ser só explorar.
IX
Para poder escapar
Dessa seca tão tirana
Sertanejo faz de tudo
Vai plantar até banana
O político mentiroso
Chega mente e engana.
X
Hoje a pessoa humana
No Sertão é tão visado
Por quem está no poder
É até elogiado
Cilada de um político
Sertanejo é enganado.
XI
Um povo não respeitado
Tanta qualidade tem
Marcados por uma seca
Que não escapa ninguém
O político aplaude
E finge que lhe quer bem.
XII
Hoje da seca também
Do político que não presta
Fiz minha comparação
Pois raiva é o que resta
Aproveita duma seca
Que sertanejo detesta.
Mossoró-RN, 25.09.2016.
Ilton Gurgel, poeta.