quarta-feira, 14 de setembro de 2016


SOLIDÃO É COMPANHEIRA, DE QUEM NÃO TEM COMPANHIA

                I

Falando da solidão

Substantivo cruel

É amarga que nem fel

Nunca tem a precaução

E dentro do coração

Ela faz a moradia

Assunto que arrepia

Também não é brincadeira

Solidão é companheira

De quem não tem companhia.

                  II

Quem perdeu seu companheiro

No momento vive só

Na vida não tem xodó

Fica o tempo inteiro

Recorda do ex-parceiro

Momento de alegria

A sua mente envia

A saudade tão faceira

Solidão é companheira

De quem não tem companhia.

                    III

Toda a humanidade

Na vida pode passar

A gente associar

Sem ter a cara metade

Comparando na verdade

Assim uma cirurgia

Feita sem anestesia

E também sem enfermeira

Solidão é companheira

De quem não tem companhia.

                    IV

O sinônimo de tristeza

Solidão é muito forte

Ela é o passaporte

Para ir pra incerteza

Não importa ter beleza

Ou ter muita simpatia

A solidão contagia

Na vida dá a rasteira

Solidão é companheira

De quem não tem companhia.

                  V

Não tem como evitar

Solidão que é intrusa

A pessoa se recusa

Quando ela vem chegar

Sem ter como escapar

Quando a gente atingia

Solidão é covardia

Deixa a prisioneira

Solidão é companheira

De quem não tem companhia.

                   VI

Nada é definitivo

No mundo em que vivemos

Vítima todos seremos

Se não for compreensivo

Viver com o aditivo

Que tanto beneficia

Um fio sem energia

Um aluno sem carteira

Solidão é companheira

De quem não tem companhia.

              Mossoró-RN, 14.09.2016.

                  Ilton Gurgel, poeta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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