SOLIDÃO É
COMPANHEIRA, DE QUEM NÃO TEM COMPANHIA
I
Falando da solidão
Substantivo cruel
É amarga que nem fel
Nunca tem a precaução
E dentro do coração
Ela faz a moradia
Assunto que arrepia
Também não é brincadeira
Solidão é companheira
De quem não tem companhia.
II
Quem perdeu seu companheiro
No momento vive só
Na vida não tem xodó
Fica o tempo inteiro
Recorda do ex-parceiro
Momento de alegria
A sua mente envia
A saudade tão faceira
Solidão é companheira
De quem não tem companhia.
III
Toda a humanidade
Na vida pode passar
A gente associar
Sem ter a cara metade
Comparando na verdade
Assim uma cirurgia
Feita sem anestesia
E também sem enfermeira
Solidão é companheira
De quem não tem companhia.
IV
O sinônimo de tristeza
Solidão é muito forte
Ela é o passaporte
Para ir pra incerteza
Não importa ter beleza
Ou ter muita simpatia
A solidão contagia
Na vida dá a rasteira
Solidão é companheira
De quem não tem companhia.
V
Não tem como evitar
Solidão que é intrusa
A pessoa se recusa
Quando ela vem chegar
Sem ter como escapar
Quando a gente atingia
Solidão é covardia
Deixa a prisioneira
Solidão é companheira
De quem não tem companhia.
VI
Nada é definitivo
No mundo em que vivemos
Vítima todos seremos
Se não for compreensivo
Viver com o aditivo
Que tanto beneficia
Um fio sem energia
Um aluno sem carteira
Solidão é companheira
De quem não tem companhia.
Mossoró-RN, 14.09.2016.
Ilton Gurgel, poeta.
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