GOSTO DE SER
BERADEIRO, E VIVER NO MEU NORMAL
I
Tanto
significado
Para uma
palavra só
Que a língua
dá um nó
De tanto
pronunciado
Por matuto
sou chamado
Caipira
fundamental
A palavra
como tal
Ouço o tempo
inteiro
Gosto de ser
beradeio
E viver no
meu normal.
II
Beradeiro é
a figura
Que na roça
se criou
Pouco no
mundo andou
Dele o povo
censura
Natural de
espessura
Nada
artificial
Gosto de ser
natural
E sigo o meu
roteiro
Gosto de ser
beradeiro
E viver o
meu normal.
III
Meu sotaque
é assim
Sertanejo
arrastado
Ôxente
pronunciado
Quem quiser
que ache ruim
O que é
feito por mim
Acho muito
especial
Uma vida
especial
No Nordeste
brasileiro
Gosto de ser
beradeiro
E viver no
meu normal.
IV
Viver de imitação
A vida que
não é sua
A vergonha
acentua
Por não ser
vida padrão
Eu não quero
isso não
Vivo um
clima tropical
Não sou
artificial
Faço barba
com barbeio
Gosto de ser
beradeiro
E viver no
meu normal.
V
Botei água
em jumento
Já limpei também
roçado
Cortei lenha
de machado
Encaro o
sofrimento
Tracei cal e
o cimento
Ajudante
integral
Eu cuidei de
animal
Faltou só
ser carroceiro
Gosto de ser
beradeiro
E viver no
meu normal.
Vi
Eu vivo a
minha vida
E não dou
satisfação
Eu amo o meu
Sertão
Tradição não
esquecida
Minha vida é
seguida
Como
profissional
Não é
proporcional
Assim é meu
paradeiro
Gosto de ser
beradeiro
E viver no
meu normal.
Mossoró-RN, 13.01.2021
Ilton Gurgel, poeta.
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