segunda-feira, 31 de maio de 2021

 

QUANAO FUI LA NA VARZINHA, RECORDEI O MEU PASSADO.

               I

A nossa recordação

Vem sempre na nossa mente

Presenciei simplesmente

O nosso velho Sertão

Onde nosso coração

Fica muito acelerado

Lugar onde fui criado

Por Dezinho e Santinha

Quando fui lá na Varzinha

Recordei o meu passado.

                   II

Varzinha onde nasci

E também lá me criei

Até jovem eu morei

Bons momentos eu vivi

Visitei e eu senti

Um passado recordado

No parapeito sentado

Com o silêncio que tinha

Quando fui lá na Varzinha

Recordei o meu passado.

                III

Das águas que eu botava

Num jumento com cangalha

Nada que me atrapalha

No alpendre eu brincava

Um rádio que escutava

Na rural sintonizado

Hoje ele está calado

Não tem mais a musiquinha

Quando fui lá na Varzinha

Recordei o meu passado.

                IV

Muita pedra no terreiro

O estrume no curral

O bode com cheiro mal

Indo para o chiqueiro

Lembrei e vi o cisqueiro

Com lenha pra todo lado

Moinho velho quebrado

Em um canto da cozinha

Quando fui lá na Varzinha

Recordei o meu passado.

                 V

Tão bom o queijo de coalho

E a manteiga da terra

Cachoeira com a serra

De cimento o acoalho

Senti o meu ponto falho

Quando tudo foi lembrado

Toda criação de gado

O poleiro com galinha

Quando fui lá na Varzinha

Recordei o meu passado.

                  VI

Eu lembrei da lamparina

Que de noite clareava

Da fumaça que soltava

E toda nossa rotina

A Varzinha nos ensina

Na vida ser preparado

Vi num canto isolado

Foi um ninho de rolinha

Quando fui lá na Varzinha

Recordei o meu passado.

              Mossoró-RN, 30.05.2021

                   Ilton Gurgel, poeta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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