sábado, 10 de dezembro de 2011

À DISTÂNCIA E A SAUDADE

I
Tem dois fatos que ocorrem
No nosso cotidiano
Não tem como evitar
Está traçado no plano
Ocorre duma maneira
Em qualquer dia do ano.
II
Não considero engano
Pois é a realidade
Duas palavras distintas
Formadas na unidade
Uma que causa a outra
À distância e a saudade.
III
Na mesma intensidade
Seguem na evolução
A saudade e a distância
Tem a grande união
Da distância pra saudade
Tem a mesma ligação.
IV
Ela vem do coração
Pra memória é conduzida
Pela ausência a saudade
Vai seguindo pela vida
Até chegar na tristeza
Na estrada percorrida.
V
A saudade é sentida
Quando ocorre a ausência
Ela é um sentimento
Que não mostra aparência
Substantivo abstrato
Com marca duma potência.
VI
Parece ter coerência
Mas ocorre natural
A distância é quem coloca
Este fato tão real
Não tem como evitar
Nosso emocional.

VII
Ela é essencial
Também o suficiente
Para desestruturar
Nosso sub consciente
Bem viva no pensamento
Lembrada na nossa mente.
VIII
Uma sensação potente
É quase que dominante
A distância leva culpa
Por que causou no instante
O impacto sentido
Por todo o integrante.
IX
Modifica o semblante
E a fisionomia
A pessoa com saudade
A distância repudia
O que parece na vida
Uma grande utopia.
X
Fato que ninguém queria
É a mais pura verdade
Deixa dor no coração
E a sensibilidade
Causando o sofrimento
E toda fragilidade.
XI
Sabemos que a saudade
Vem, mas nunca é aceita...
Ela é indesejável
Toda pessoa rejeita
Por incrível que pareça
Parece que é prefeita.
XII
Uma fórmula perfeita
Para todo sofrimento
Por causa duma ausência
Vem o acontecimento
Ocorrido na distância
Que gera todo tormento.
Brasília-DF, 10.12.2011.
Ilton Gurgel, poeta.

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