quarta-feira, 25 de abril de 2018


A CHUVA NO SERTÃO É IMPORTANTE, MELHORA MUITO NOSSO SOFRIMENTO.
                             I
A seca no Sertão é conhecida
Famosa ela é no mundo inteiro
O Sertão neste solo brasileiro
Dum sofrer que tanto já matou vida
Região é muito desprotegida
O político só faz o juramento
Pra depois cair no esquecimento
Pra ele o Sertão é um mirante
A chuva no Sertão é importante
Melhora muito nosso sofrimento.
                        II
Resolve a nossa situação
Somente Deus quem pode ajudar
Quando um inverno ele mandar
Pra molhar bastante o nosso chão
Mudando a paisagem do Sertão
A gente fica num belo momento
Inverno nunca traz constrangimento
Quando vem o inverno é constante
A chuva no Sertão é importante
Melhora muito nosso sofrimento.
                      III
É tão bom quando uma chuva vem
Pro Sertão é festa e alegria
A chuva é quem nos beneficia
Pois ela só vem pra fazer o bem
Com ela vem a fartura também

Plantação crescendo no seu relento
Na nossa mesa tem o suprimento
Para nós é muito estimulante
A chuva no Sertão é importante
Melhora muito nosso sofrimento.
                        IV
Melhora também a nossa imagem
Quando o inverno é para valer
Transforma que antes a gente ver
Mudando toda a sua paisagem
A chuva acaba a estiagem
Resolve nosso abastecimento
Tem pasto pra gado e pra jumento
E qualquer um animal ruminante
A chuva no Sertão é importante
Melhora muito nosso sofrimento.
                     V
Sabemos que é grande o calor
E com a chuva ele diminui
O calor que a chuva não inclui
Na hora que vem com seu esplendor
Da nuvem é gerada o vapor
Para ter todo acontecimento
Para o Sertão é grande evento
Tendo um inverno perseverante
A chuva no Sertão é importante
Melhora muito nosso sofrimento.
                       VI
Agradeço ao Pai da criação
Nosso Deus que é todo poderoso
Um Deus que tem poder e é famoso
E olha para nossa região
Mandando inverno pra solução
Pois com Deus temos o entendimento
Em saber que ele dá sortimento
Pra nossa vida em todo instante
A chuva no Sertão é importante
Melhora muito nosso sofrimento.
                    Mossoró-RN, 10.04.2016.
                          Ilton Gurgel, poeta.





A CHUVA NO SERTÃO É IMPORTANTE, MELHORA MUITO NOSSO SOFRIMENTO.
                             I
A seca no Sertão é conhecida
Famosa ela é no mundo inteiro
O Sertão neste solo brasileiro
Dum sofrer que tanto já matou vida
Região é muito desprotegida
O político só faz o juramento
Pra depois cair no esquecimento
Pra ele o Sertão é um mirante
A chuva no Sertão é importante
Melhora muito nosso sofrimento.
                        II
Resolve a nossa situação
Somente Deus quem pode ajudar
Quando um inverno ele mandar
Pra molhar bastante o nosso chão
Mudando a paisagem do Sertão
A gente fica num belo momento
Inverno nunca traz constrangimento
Quando vem o inverno é constante
A chuva no Sertão é importante
Melhora muito nosso sofrimento.
                      III
É tão bom quando uma chuva vem
Pro Sertão é festa e alegria
A chuva é quem nos beneficia
Pois ela só vem pra fazer o bem
Com ela vem a fartura também

Plantação crescendo no seu relento
Na nossa mesa tem o suprimento
Para nós é muito estimulante
A chuva no Sertão é importante
Melhora muito nosso sofrimento.
                        IV
Melhora também a nossa imagem
Quando o inverno é para valer
Transforma que antes a gente ver
Mudando toda a sua paisagem
A chuva acaba a estiagem
Resolve nosso abastecimento
Tem pasto pra gado e pra jumento
E qualquer um animal ruminante
A chuva no Sertão é importante
Melhora muito nosso sofrimento.
                     V
Sabemos que é grande o calor
E com a chuva ele diminui
O calor que a chuva não inclui
Na hora que vem com seu esplendor
Da nuvem é gerada o vapor
Para ter todo acontecimento
Para o Sertão é grande evento
Tendo um inverno perseverante
A chuva no Sertão é importante
Melhora muito nosso sofrimento.
                       VI
Agradeço ao Pai da criação
Nosso Deus que é todo poderoso
Um Deus que tem poder e é famoso
E olha para nossa região
Mandando inverno pra solução
Pois com Deus temos o entendimento
Em saber que ele dá sortimento
Pra nossa vida em todo instante
A chuva no Sertão é importante
Melhora muito nosso sofrimento.
                    Mossoró-RN, 10.04.2016.
                          Ilton Gurgel, poeta.




quinta-feira, 19 de abril de 2018


A CHUVA É A RIQUEZA, QUE NÓS TEMOS NO SERTÃO.
                 I
A chuva é um presente
De Deus para o sertanejo
Ela é o maior desejo
Que o sertanejo sente
Por ser muito atraente
Chuva é a solução
E nos açudes então
A água faz a represa
A chuva é a riqueza
Que nós temos no Sertão.
                II
Com o nosso chão molhado
Sertanejo se anima
O astral fica pra cima
Com o seu campo cortado
O terreno preparado
Começa a plantação
Da safra a produção
Esperamos com certeza
A chuva é a riqueza
Que nós temos no Sertão.
                  III
A chuva traz alegria
Seja grossa ou seja fina
Na região nordestina
Ela só beneficia
Na telha a sinfonia
Como fosse uma canção
Do Céu ouvimos trovão
Do relâmpago a clareza
A chuva é a riqueza
Que nós temos no Sertão.
                IV
A biqueira escorrendo
A água em abundância
Mesma significância
A cisterna vai enchendo
Dificuldade vencendo
Com tanta captação
Uma beleza então
Que Deus dá a natureza
A chuva é a riqueza
Que nós temos no Sertão.
                 V
É o fim da estiagem
Inverno Deus anuncia
Os açudes com sangria
Também sangra a barragem
Sertanejo com coragem
Planta milho e feijão
Melancia e melão
Pra levar pra nossa mesa
A chuva é a riqueza
Que nós temos no Sertão.
                  VI
Esse é um grande motivo
Para se comemorar
A gente acreditar
Num inverno progressivo
Vem até o incentivo
Para ter animação
Uma observação
Chuva também tem beleza
A chuva é a riqueza
Que nós temos no Sertão.
           Mossoró-RN, 09.04.2018.
                 Ilton Gurgel, poeta.




                

quarta-feira, 11 de abril de 2018


OS SABORES DO SERTÃO
                 I
É insubstituível
Sabor do nosso Sertão
De primeira qualidade
Variada opção
Tudo muito nutriente
Para nossa refeição.
               II
Uma alimentação
Totalmente natural
O nosso feijão de corda
Nosso prato principal
Com o tempero da nata
Não vejo nada igual.
               III
Muito tradicional
Feijão verde no inverno
Com a manteiga da terra
Mesmo no tempo moderno
Nunca vi cair da moda
O sabor será eterno.
              IV
Dos produtos do inverno
Milho verde é destacado
O sabor é muito bom
Seja cozido ou assado
E também do milho verde
Existe seu derivado.
              V
Um sabor inigualado        
Eu destaco a canjica
Ela com queijo de coalho
De nutrição muito rica
Sabor sem comparação
É a impressão que fica
    
               VI

Tem outro que qualifica
Com o seu grande sabor
Do milho é a pamonha
Todo mundo dá valor
Pela sua qualidade
E o seu grande teor.
               VII
Para o consumidor
Tem também na nossa mesa
O nosso arroz de leite
Tirado da natureza
Feito com arroz da terra
Que é a pura beleza.
               VIII
Ele nós temos certeza
Que é muito nutritivo
Pois para o seu consumo
Nem precisa incentivo
Nosso sertanejo gosta
Desse sabor exclusivo.

                    IX
Também muito atrativo
É a nossa macaxeira
Que depois de cozinhada
Na panela ela cheira
Com o creme do Sertão
Ela fica de primeira.
                   X
E também nesta maneira
Alimento importante
É nossa batata doce
Extraída da vazante
A batata doce é
Alimento importante.
                XI
Sabor significante
Não considero comum
O sabor da melancia
Ela é número um
Só não gosto do maxixe
Mas gosto do jerimum.
                 XII
E além do jerimum
Encontramos o melão
cus cus e o macunzá
o côco e o mamão
E assim eu destaquei
Os sabores do Sertão
               Mossoró-RN, 08.04.2018.
                     Ilton Gurgel, poeta.
     






TRANSFORMAÇÃO DO SERTÃO
                 I
Hoje o nosso Sertão
Está muito transformado
Para nossa melhoria
De um trabalho pesado
Com a globalização
Tudo atualizado.
               II
Hoje aqui é passado
Carro para transportar
Estudante pra escola
Para poder estudar
Um beneficiamento
O transporte escolar.
               III
Também poder encontrar
Em toda nossa bacia
Que da eletricidade
Vem a nossa energia
Nosso povo sertanejo
É quem se beneficia.
              IV
Também a economia
O Sertão é influente
Com o financiamento
Torna-se bem mais potente
Pra compra de maquinário
Pro trabalho eficiente.
              V
Equipamento somente
Que tanto só facilita
O trabalho tão pesado
De uma vida aflita
Pelo uso praticado
Dessa máquina bonita.
               VI
Que antes povo cogita
Hoje é realidade
Melhoria nos setores
Que tinha fragilidade
Um beneficiamento
Pra toda localidade.
               VII
E com a modernidade
Hoje a reforma agrária
Tinha nosso sertanejo
Essa luta secundária
Uma atitude certa
Que é extraordinária.
               VIII
Toda a agropecuária
Teve fortalecimento
Também o trabalhador
Vive seu grande momento
Tem a terra pra cuidar
Que é o assentamento.
                 IX
Um direcionamento
Vivido em união
Tipo cooperativa
Feito com convicção
Um trabalho por igual
Com a mesma produção.
                   X
Pois com esse mutirão
Melhora economia
Pois um grupo que trabalha
Unido só venceria
Qualquer a dificuldade
Que antes aparecia.
                XI
Grande é a serventia
Do nosso agricultor
Produzindo alimento
Para o consumidor
Um comércio garantido
Feito por trabalhador.
                 XII
Uma parte do teor
Que existe no Sertão
Com sua realidade
Nós vemos mais produção
Hoje o Sertão mudou
Com sua transformação.
               Mossoró-RN, 07.04.2018.
                     Ilton Gurgel, poeta.
     





quinta-feira, 5 de abril de 2018


NOSSO POVO SERTANEJO
            I
Quem conhece o Sertão
Sabe que é diferente
Nossos usos e costumes
Talvez seja atraente
Tem gente que não conhece
A vida da nossa gente.
               II
Um lugar conveniente
Que não tem saneamento
Água vem de ancoreta
Em um lombo de jumento
Pega em uma cacimba
É um grande sofrimento.
                  III
Pro seu armazenamento
Em um pote é coada
Pra tirar qualquer sujeira
Que nela for encontrada
Sem cloro ou qualquer químico
Ela nunca é tratada.
                 IV
Assim é considerada
Muito boa pra beber
É fria por natureza
Um sabor por merecer
Em copo de alumínio
Que bebemos com prazer.
                  V
Poucos podem entender
A vida do sertanejo
Pro fogão usa a lenha
Em toda casa eu vejo
A panela é de barro
Cozinha sem ter cortejo.
                 VI
A vida do sertanejo
Ela é muito sofrida
O trabalho é pesado
A sua mão é ferida
Pelo cabo da enxada
Na luta que é erguida.
                VII
É o ponto de partida
No sofrer de todo dia
Sertanejo não descansa
Ele não tem mordomia
O ganho do seu trabalho
Paga a mercearia.
              VIII
Hoje temos energia
Que um pouco facilita
A vida que é pesada
Em uma luta aflita
Cuidando de animais
Numa batalha bonita.
              IX
Sertanejo acredita
Todo começo de ano
Que terá um bom inverno
Pois plantar é o seu plano
Quando vem a estiagem
Começa o desengano.
               X
No seu coração humano
Mostra a sua bondade
É um homem solidário
Tem a boa qualidade
O que mais ele preserva
É sua honestidade.
               XI
E na coletividade
Tem a vida social
Para sua diversão
Forró é o principal
Para se descontrair
Na sua zona rural.
              XII
Muito tradicional
Tem sua convicção
Sua maior alegria
É a chuva e trovão
Vive na terra natal
No nosso velho Sertão.
        Mossoró-RN, 06.04.2018.
                Ilton Gurgel, poeta.





FLORA CERTAJENA
               I
Dum assunto importante
Eu chamo sua atenção
Como um bom sertanejo
Que amo a região
Destaco neste meu verso
A floresta do Sertão
                 II
A nossa vegetação
Xique-xique e juazeiro
O velame e o mufumbo
E também tem o pereiro
Forma nossa caatinga
Que existe o marmeleiro.
               III
Existe no tabuleiro
É o pé de catingeira
Tem o pé de trapiá
E o pé de aroeira
Cortada ilegalmente
Pra dela fazer madeira.
               IV
Quase que por inteira
A Timbaúba sumiu
Existia no Sertão
E o mais antigo viu
O angico no Sertão
Por ser forte registiu.
               V
No Sertão onde seguiu
A sua transformação
Pois o pé de oiticica
Dava muita produção
A fruta dela servia
Para fabricar sabão.
               VI
Tinha outra extração
Que no Sertão se fazia
Foi o pé de carnaúba
Que até hoje em dia
Ele ainda é encontrado
Pois já teve serventia.
               VII
Do pé a palha fazia
A cera para vender
Era um bom crescimento
Emprego vinha trazer
Cera era matéria prima
Pra disco vinil fazer.
              VIII
Outro que vim conhecer
Existente no Sertão
Um remédio natural
Ele era solução
Quase que já não existe
Hoje o pé de peão.
              IX
Seu leite era então
Um remédio natural
Para mordida de cobra
Produto medicinal
Se não fosse o seu leite
A mordida era fatal.
                X
Fora da zona rural
No Sertão existe planta
Como o pé de algaroba
Sua sombra adianta
E o pé de eucalipto
Que bem alto se levanta.

                 XI
E tem também outra planta
No Sertão é encontrada
O pé de carnaubeira
Com a flor amarelada
Também chamada ipê
Pelo índio era usada.
                  XII
Assim hoje foi mostrada
Nossa flora sertaneja
Que para se preservar
Continua a peleja
Conservar a nossa flora
O sertanejo deseja.
            Mossoró-RN, 05.04.2018.
                    Ilton Gurgel, poeta.




AR PURO DO MEU SERTÃO
             I
O ar puro natural
Que existe no Sertão
Quem respira tranquiliza
Por não ter poluição
Bom para nossa saúde
E também nosso pulmão.
                 II
Excelente opção
Para quem quer respirar
Um ar com tanta pureza
Podemos o desfrutar
Quem respira um ar assim
Vem se beneficiar.
               III
A qualidade do ar
É duma grande pureza
Que não é contaminado
Disso nós temos certeza
É um presente de Deus
Para nossa natureza.
               IV
Sertão com sua beleza
Pelo ar é refrescado
Alivia o calor
De um lugar castigado
A sua respiração
Nos deixa aliviado.
               V
É um ar recomendado
Por ser tão eficiente
Para a gente respirar
Ele é muito potente
Pra nossa sobrevivência
Ele é suficiente.
               VI
Ar que tem um componente
De primeira qualidade
E por ser feito por Deus
Uma exclusividade
Um ar que nós consumimos
Sem prazo de validade.
               VII
Um ar sem fragilidade
Tão puro e natural
Encontramos no Sertão
Na quantidade real
Que para a nossa vida
Ele é fundamental.
              VIII
Por ser tão essencial
Dele a gente precisa
Diferente das cidades
Que o homem inferniza
Com bastante impureza
Faz e não sensibiliza.
              IX
Mas no Sertão realiza
O que mais a gente alveja
Ter vida com qualidade
Que o grande centro veja
O ar do nosso Sertão
O grande centro deseja.
                X
Pois vence qualquer peleja
Sem fazer o esforçar
Por que nossa natureza
Que vem se encarregar
De produzir um ar puro
Para a gente respirar.
                 XI
Nós podemos destacar
Um ponto de referência
Pois nele nós encontramos
Enorme eficiência
Limpo e bastante puro
Nele não tem divergência.
                  XII
O ar que é a essência
De um desenvolvimento
Dum progresso evoluído
Sem nenhum constrangimento
Que chamamos no Sertão
Simplesmente como vento.
            Mossoró-RN, 04.04.2018.
                    Ilton Gurgel, poeta.


segunda-feira, 2 de abril de 2018


DIALETOS DO SERTÃO
             I
Idioma verdadeiro
Só existe no Sertão
Pois o nosso dialeto
É a nossa atração
Usado por sertanejo
Para comunicação.
              II
Casa grande tem oitão
Para criança brincar
É um lugar espaçoso
Pra correr e se danar
“Se danar” é no Sertão
A energia queimar.
               III
Briga chama arengar
Um fato que faz sentido
Menino que não atende
Nem ao pai dá ouvido
É chamado de teimoso
No Sertão é maluvido.
                IV
Cachete é comprimido
Analgésico pra dor
Murro é uma bofetada
Dar cantada é sedutor
Motorista é chofer
E tem o adulador.
                V
Na variação de cor
O amarelo queimado
É a mesma cor laranja
Vermelho é incarnado
Também tem a cor bobina
Que por lilás é chamado.
                VI
Com dinheiro é estribado
O pão duro é suvino
Rir da cara é mangar
Pois no Sertão nordestino
Tudo isso conhecemos
Desde o tempo de menino.
                  VII
Criminoso é assassino
Gabola é quem comenta
Conta algo que não fez
E o que fez acrescenta
Difama a namorada
Maioria esse inventa.
                VIII
Pessoa que atormenta
Vem a outro chatear
Fazer uma cachorrada
É mesmo que bagunçar
Na refeição vespertina
O lanche é merendar.
                IX
Quem o bode amarrar
Diz que está amoada
Que nas outras regiões
Chamado de emburrada
Por algum outro motivo
Quando fica chateada.
                 X
Outra palavra usada
É pouco homem que quer
Parece ser natural
Ninguém mete a colher
O homem ser manicaca
Mandado pela mulher.
                  XI
No Sertão a gente quer
Falar tudo original
Ter o dialeto próprio
Num estilo essencial
Nossa fala sertaneja
Não vejo outra igual.
               XII
Dialeto como tal
Sempre é pronunciado
Nunca vai sair da moda
O sotaque arrastado
Pelo nosso sertanejo
Um povo abençoado.
         Mossoró-RN, 03.04.2018.
               Ilton Gurgel, poeta.











DESBULHA DE FEIJÃO
              I
Ocorreu antigamente
Aqui no nosso Sertão
Uma festa popular
De enorme atração
Sempre no fim do inverno
E início do verão.
             II
A desbulha de feijão
Assim era conhecida
Logo após a colheita
Era o ponto de partida
Por feijão ser desbulhado
Na noite descontraída.
                 III
Com a data conferida
O povo era avisado
Reunia a vizinhança
Para no dia marcado
Reunir e desbulhar
Como era programado.
                 IV
Um banquete preparado
Feito na ocasião
Sempre com as iguarias
Servido no mutirão
Tudo bem organizado
Feito pelo anfitrião.
                 V
Era uma reunião
Onde o povo conversava
Dos assuntos mais recentes
Que se atualizava
Para os jovens solteiros
A paquera começava.
                  VI
Todo mundo se sentava
Para juntos desbulhar
O feijão na vagem seca
Sua casca separar
Era uma festa gostosa
Da gente participar.
               VII
E pala iluminar
Era uma lamparina
Pavio de algodão
O querosene domina
Clareava e furacava
A desbulha nordestina.
               VIII
E logo quando termina
O povo ia medir
Quantas cuias de feijão
Que puderam produzir
E depois armazenava
Para depois consumir.
                XI
Antes do povo sair
Na latada conversava
Quantidade de feijão
Todo povo comentava
Com a mesma alegria
A desbulha terminava.
                X
Todo povo debandava
Depois daquele momento
Uns iam de bicicleta
Outros iam de jumento
Tudo muito natural
Ocorria o evento.
               XI
Hoje no esquecimento
Pois com a modernidade
Não tem mais essa desbulha
Tem outra realidade
Desbulha em maquinário
Com total facilidade.
                XII
Resta apenas a saudade
Desse doce antepassado
A desbulha de feijão
Por alguns é relembrado
Lembrei a minha infância
Nessa volta no passado.
          Mossoró-RN, 02.04.2018.
                Ilton Gurgel, poeta.