quinta-feira, 5 de abril de 2018


NOSSO POVO SERTANEJO
            I
Quem conhece o Sertão
Sabe que é diferente
Nossos usos e costumes
Talvez seja atraente
Tem gente que não conhece
A vida da nossa gente.
               II
Um lugar conveniente
Que não tem saneamento
Água vem de ancoreta
Em um lombo de jumento
Pega em uma cacimba
É um grande sofrimento.
                  III
Pro seu armazenamento
Em um pote é coada
Pra tirar qualquer sujeira
Que nela for encontrada
Sem cloro ou qualquer químico
Ela nunca é tratada.
                 IV
Assim é considerada
Muito boa pra beber
É fria por natureza
Um sabor por merecer
Em copo de alumínio
Que bebemos com prazer.
                  V
Poucos podem entender
A vida do sertanejo
Pro fogão usa a lenha
Em toda casa eu vejo
A panela é de barro
Cozinha sem ter cortejo.
                 VI
A vida do sertanejo
Ela é muito sofrida
O trabalho é pesado
A sua mão é ferida
Pelo cabo da enxada
Na luta que é erguida.
                VII
É o ponto de partida
No sofrer de todo dia
Sertanejo não descansa
Ele não tem mordomia
O ganho do seu trabalho
Paga a mercearia.
              VIII
Hoje temos energia
Que um pouco facilita
A vida que é pesada
Em uma luta aflita
Cuidando de animais
Numa batalha bonita.
              IX
Sertanejo acredita
Todo começo de ano
Que terá um bom inverno
Pois plantar é o seu plano
Quando vem a estiagem
Começa o desengano.
               X
No seu coração humano
Mostra a sua bondade
É um homem solidário
Tem a boa qualidade
O que mais ele preserva
É sua honestidade.
               XI
E na coletividade
Tem a vida social
Para sua diversão
Forró é o principal
Para se descontrair
Na sua zona rural.
              XII
Muito tradicional
Tem sua convicção
Sua maior alegria
É a chuva e trovão
Vive na terra natal
No nosso velho Sertão.
        Mossoró-RN, 06.04.2018.
                Ilton Gurgel, poeta.




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