quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

PRA QUE ACUMULAR TANTA RIQUEZA, SE ELA NÃO VAI PARA SEPULTURA.

I
Riqueza pra muitos é a conquista
Quando da pessoa adquirida
O rico que chega ao fim da vida
A fortuna pra ele é realista
Seja um empresário ou um artista
Ou maior General da linha dura
Que vive no regime ditadura
E mora em mansão ou fortaleza
Pra que acumular tanta riqueza
Se ela não vai para sepultura.
II
A riqueza só causa confusão
Quando ela se trata duma herança
Gerando toda a desconfiança
Causando uma contaminação
Às vezes tem até intervenção
É assim com toda a criatura
Ignora até mesmo a censura
Do finado esquece toda tristeza
Pra que acumular tanta riqueza
Se ela não vai para sepultura.
III
Nunca vi um defunto com dinheiro
Mas pra que o dinheiro ele guardar
Na cova não tem como ele aplicar
É lá que vai ficar o tempo inteiro
Guardado no local pelo coveiro
Na urna que tem pouca espessura
Aos poucos decompõe sua postura
A morte é a única certeza
Pra que acumular tanta riqueza
Se ela não vai para sepultura.
IV
Para que dinheiro colecionar
E pensar investir nessas ações
Vivendo de fazer aplicações
Pra depois nada disso ele levar
Juntando nada vai adiantar
Vai levar apenas a atadura
Mortalha com a pequena costura
Enterra também a sua nobreza
Pra que acumular tanta riqueza
Se ela não vai para sepultura.

V
A morte para todos é igual
Ela vem para o rico e para o pobre
Não vejo uma pessoa que sobre
Pois quando ela vem é radical
Não importa a classe social
Nem mesmo tanto dinheiro segura
Ganância é um mal que ninguém cura
Pois ninguém vai contra a natureza
Pra que acumular tanta riqueza
Se ela não vai para sepultura.
VI
Para que só luxo e mordomia
Um nariz empinado e vaidade
Pra quando chegar hora da verdade
Sepultura é a única serventia
Riqueza nada adiantaria
Pois ninguém vence essa batalha dura
A morte acaba com a fartura
E também com a recheada mesa
Pra que acumular tanta riqueza
Se ela não vai para sepultura.

Brasília-DF, 02.02.2012.
Ilton Gurgel, poeta.

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