sábado, 7 de julho de 2012

NÃO VEMOS MAIS NO SERTÃO




I

O sertão que conhecemos

Na minha convicção

De um simples sertanejo

E filho da região

Que antes a gente via

Não vemos mais no sertão.

II

Com toda a proporção

De um acontecimento

Do qual não é conservado

Causa até constrangimento

No sertão é atingido

Aumentando o sofrimento.

III

Por falta de alimento

Pela falta de inverno

Que atinge a produção

Mesmo no tempo moderno

Sofre com a estiagem

Parecendo um inferno.

IV

Com a falta de inverno

Não tem outra opção

Morador que lá reside

Improvisa profissão

Que reflete e nós vemos

A grande destruição.

V

Considero um vilão

Pois não é merecedor

De assim o ser chamado

Quem hoje é caçador

Torna-se pra o sertão

Como grande predador.

VI

Apesar de lutador

E mostrar sua coragem

Luta pra sobreviver

Por causa da estiagem

Seu trabalho pro sertão

Deixa péssima imagem.



VII

O sertão vive na margem

Duma grande agonia

A fauna quase extinta

Por que a selvageria

Acaba os animais

Que antes a gente via.

VIII

Não existe a cotia

Tatu ou tamanduá

O peba já não existe

Nem tão pouco o preá

Até mesmo os predadores

Gavião e carcará.

IX

Bem-te-vi e sabiá

Faziam animação

Que existia nos ares

Do nosso velho sertão

Não vemos mais gorduniz

Nem mesmo arribação.

X

A cantiga do carão

O piar do roxinol

A rolinha no seu ninho

Asa Branca no paiol

Juriti e o canário

Formavam esse atol.

XI

Como um claro de farol

Que logo é desligado

Deixa na escuridão

O que antes clareado

Assim como os animais

Pelo homem exterminado.

XII

Injusto foi condenado

Sem ninguém os preservar

Nem pessoas do IBAMA

Pra poder fiscalizar

Pra poder eles viverem

No seu real habitar.

Brasília-DF, 07.07.2012.

Ilton Gurgel, poeta.











NÃO VEMOS MAIS NO SERTÃO




I

O sertão que conhecemos

Na minha convicção

De um simples sertanejo

E filho da região

Que antes a gente via

Não vemos mais no sertão.

II

Com toda a proporção

De um acontecimento

Do qual não é conservado

Causa até constrangimento

No sertão é atingido

Aumentando o sofrimento.

III

Por falta de alimento

Pela falta de inverno

Que atinge a produção

Mesmo no tempo moderno

Sofre com a estiagem

Parecendo um inferno.

IV

Com a falta de inverno

Não tem outra opção

Morador que lá reside

Improvisa profissão

Que reflete e nós vemos

A grande destruição.

V

Considero um vilão

Pois não é merecedor

De assim o ser chamado

Quem hoje é caçador

Torna-se pra o sertão

Como grande predador.

VI

Apesar de lutador

E mostrar sua coragem

Luta pra sobreviver

Por causa da estiagem

Seu trabalho pro sertão

Deixa péssima imagem.



VII

O sertão vive na margem

Duma grande agonia

A fauna quase extinta

Por que a selvageria

Acaba os animais

Que antes a gente via.

VIII

Não existe a cotia

Tatu ou tamanduá

O peba já não existe

Nem tão pouco o preá

Até mesmo os predadores

Gavião e carcará.

IX

Bem-te-vi e sabiá

Faziam animação

Que existia nos ares

Do nosso velho sertão

Não vemos mais gorduniz

Nem mesmo arribação.

X

A cantiga do carão

O piar do roxinol

A rolinha no seu ninho

Asa Branca no paiol

Juriti e o canário

Formavam esse atol.

XI

Como um claro de farol

Que logo é desligado

Deixa na escuridão

O que antes clareado

Assim como os animais

Pelo homem exterminado.

XII

Injusto foi condenado

Sem ninguém os preservar

Nem pessoas do IBAMA

Pra poder fiscalizar

Pra poder eles viverem

No seu real habitar.

Brasília-DF, 07.07.2012.

Ilton Gurgel, poeta.































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