quinta-feira, 13 de março de 2014

EU NÃO SOU CONTRA A COPA




I

Eu escrevo meu poema

Entre fatos e versões

Tem gente que não entende

E provoca reações

É por isso que divide

Tantas das opiniões.

II

Pra evitar confusões

Deixo esclarecimento

Eu não sou contra a copa

Sou contra o andamento

Que tiram tanto proveito

Deste enorme evento.

III

Um fato que só lamento

É esse de explorar

Sei que todo brasileiro

Pode o erro enxergar

Por que todo mundo é

Testemunha ocular.

IV

Não tem como escapar

Da triste realidade

O Brasil recebe ordens

Por quem é autoridade

Nem pareces ser potente

Um País de liberdade.

V

A copa que na verdade

Benefício vai trazer

Para a rede hoteleira

Que fatura pra valer

E as empresas aéreas

Que vão se engrandecer.

VI

Também vai enriquecer

Classe empresarial

Super fatura os preços

Que se torna crucial

Verdadeiro paraíso

De um País tropical.



VII

No setor policial

Vai tem muita ocorrência

Disso todo mundo sabe

Também da deficiência

Que tem nossa segurança

Numa grande decadência.

VIII

A própria experiência

De quem vai participar

Para ser anfitrião

Para se realizar

Os problemas evidentes

Não tem como evitar.

IX

Nada de se comparar

Com quem já realizou

No passado uma copa

Nosso País superou

Com nossa capacidade

Isso a gente provou.

X

Só que se acomodou

Com tanta exploração

O povo aceita tudo

Sem fazer reclamação

Querem mesmo é torcer

Sem ter preocupação.

XI

Pro País anfitrião

Faltou mais planejamento

É nossa realidade

Pra viver grande momento

Pras cidades que são sedes

Faltam mais saneamento.

XII

Não sou contra o evento

Que deve acontecer

A copa é importante

E todos vamos torcer

Não tem como os problemas

A pessoa esconder.

Brasília-DF, 13.03.2014.

Ilton Gurgel, poeta.

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