segunda-feira, 31 de março de 2014

O PROTESTO DAS JUMENTAS




I

Quando o mundo foi criado

Foi tanta da invenção

Total de uma semana

Grande foi à projeção

Tudo na perfeita ordem

Com a organização.

II

Sétimo dia então

Para poder descansar

Um descanso merecido

Só que faltou terminar

Um animal projetado

Fez apenas começar.

III

Pronto para ajudar

A terminar o jumento

Dispôs-se um ajudante

Fazer o acabamento

E depois de concluído

Causou um constrangimento.

IV

Pois aquele instrumento

Ele fez duma maneira

Dum tamanho gigantesco

Quase um metro de ladeira

Para usar, esse animal...

Ia enfrentar barreira.

V

Por que ela por inteira

Bem desproporcional

Para o porte pequeno

Que tem esse animal

Mas as jumentas acharam

Seu tamanho natural.

VI

De maneira integral

O ajudante reclamado

Daquela situação

Do tamanho exagerado

Que logo teve a idéia

Pro caso solucionado.



VII

Surgiu que fosse cortado

As jumentas não gostaram

Por que daquele tamanho

Elas não imaginaram

Mas já que assim foi feito

As jumentas se agradaram.

VIII

Logo elas convocaram

Pra extra reunião

Todas elas revoltadas

Foi grande a confusão

Decidiram entre elas

Fazer uma votação.

IX

Pra saber da decisão

Se cortava ou não cortava

Do que mais elas queriam

Cada uma então votava

Por isso rapidamente

Resultado anunciava.

X

A conclusão que chegava

Na seguinte decisão

Deixar do mesmo tamanho

E na mesma dimensão

Se uniram num slogan

“Por favor não corte não”.

XI

Essa foi à decisão

Delas no interagir

Protestaram e lutaram

Para poder conseguir

Tudo que elas queriam

Pra poder usufruir.

XII

E puderam decidir

Entre todas as tormentas

Elas que tanto lutaram

Com o assoprar das ventas

Que gerou este poema

O protesto das jumentas.

Brasília-DF, 01.12.2013.

Ilton Gurgel, poeta.























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