quarta-feira, 8 de maio de 2013

NÃO TRABALHO EM MUSEU, PARA VIVER DO PASSADO.




I

Minha vida o que passou

Eu sei que não volta mais

Nos nossos dias reais

Como se encaminhou

Tudo que apresentou

Que também foi registrado

Se acaso for lembrado

Sobre o que aconteceu

Não trabalho em museu

Para viver do passado.

II

E no nosso consciente

Aparece a lembrança

Mas o tempo que avança

Esquecemos simplesmente

Fato que constantemente

Aparece armazenado

Celebro fica gravado

Tudo que apareceu

Não trabalho em museu

Para viver do passado.

III

O passado não resolve

O problema do presente

A pessoa consciente

Logo o passado remove

Por que se ele comove

Na hora que é tocado

Fica sensibilizado

E no que se comoveu

Não trabalho em museu

Para viver do passado.

IV

Quem vive de recordar

Nunca tem prosperidade

Fora da realidade

E não para de pensar

Deve a vida mudar

Não ficar acomodado

Tão pouco ficar calado

Daquilo que ocorreu

Não trabalho em museu

Para viver do passado.

V

Passado só alimenta

Uma pura ilusão

Viver de recordação

Pouca gente agüenta

Sendo algo que comenta

Quando for apresentado

Precisa ser debitado

O crédito que transcreveu

Não trabalho em museu

Para viver do passado.

VI

Passado só interessa

Um professor de História

Um museu que na memória

Guarda a velha remessa

O futuro é quem tem pressa

Pois ele é esperado

Quando na vida chegado

O presente recebeu

Não trabalho em museu

Para viver do passado.

Brasília-DF, 06.05.2013.

Ilton Gurgel, poeta.







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