terça-feira, 22 de outubro de 2013

ATÉ QUANDO A SECA VAI ATINGIR,O SERTÃO QUE POR ELA É CASTIGADO.




I

A seca tem a sua existência

No Sertão ela sempre existiu

O povo sertanejo resistiu

Conviveu com essa experiência

Forte é toda a sobrevivência

Que até a gente fica espantado

No jornal o destaque estampado

Notícia esse veio imprimir

Até quando a seca vai atingir

O Sertão que é muito castigado.

II

A seca é uma realidade

A falta d’água é muito constante

Com todo seu jeito itinerante

O sofrer é uma eternidade

Grande é toda a calamidade

Animal com fome é acabado

Quem sofre com a fome é o gado

De sede não vai poder resistir

Até quando a seca vai atingir

O Sertão que por ela é castigado.

III

Esperar pelo nosso governante

Apenas ouve promessa em vão

Sem olhar para o nosso Sertão

Trata mal com o jeito arrogante

Da seca nunca foi acompanhante

Deixando sertanejo isolado

Pra isso sempre foi determinado

Só sabe é enganar e mentir

Até quando a seca vai atingir

O Sertão que por ela é castigado.

IV

Começou mas ficou pela metade

Trabalho que não tinha nenhum risco

Irrigando a água do São Francisco

Isso foi uma imoralidade

Eu achei falta de capacidade

Humilhou quem já era humilhado

Serviço que deixou prejudicado

Piorou vindo tudo destruir

Até quando a seca vai atingir

O Sertão que por ela é castigado.

V

O Sertão sofre com a estiagem

A bolsa família não trouxe chuva

Parecendo ajuda para viúva

O sofrer cresce com a sua margem

No Sertão ninguém perde a coragem

Pois por Deus nunca foi abandonado

Só Deus dá força pra ser superado

E tudo que possamos conseguir

Até quando a seca vai atingir

O Sertão que por ela é castigado.

VI

Faltando água para abastecer

O povo não tem pra quem apelar

Aquele que devia ajudar

Já não vem nosso povo socorrer

Difícil é ter água pra beber

Produto que já não é encontrado

Hoje está tudo seco e tostado

Pra lutar nunca vamos desistir

Até quando a seca vai atingir

O Sertão que por ela é castigado.

Brasília-DF, 22.10.2013.

Ilton Gurgel, poeta.

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