AS MOLEZAS DE SEU FLORO
I
Vou contar essa história
Do nosso antepassado
De um homem que viveu
Aqui no nosso passado
Esse chamado Seu Floro
Não era pobre coitado.
II
Eu não sei se foi casado
De que jeito ele morreu
Eu sei que ele em vida
Muito tormento sofreu
Tinha muita pouca sorte
Com o Seu Floro se deu.
III
Logo quando ele nasceu
Não me disseram o ano
O parto da sua mãe
Quase entrou pelo cano
Por sorte deu tudo certo
Sem haver nenhum engano.
IV
Certo ano fez o plano
Pra festa do padroeiro
Comprou logo um paletó
Juntou todo o seu dinheiro
E ficou só esperando
Quando chegasse Janeiro.
V
No tempo o fazendeiro
Ficou todo empolgado
Pela festa de Janeiro
Veio todo emocionado
Neste dia em sua casa
Seu Floro ficou trancado.
VI
Ficou muito agoniado
Pois perdeu a procissão
Do seu Santo predileto
Era São Sebastião
Pois não viu nada da festa
Pra sua decepção.
VII
Um dia na ocasião
Foi banhar um animal
Sem querer entrar na água
Fez um jeito original
Para banhar o cavalo
Num trabalho especial.
VIII
Montou-se no animal
Ele estava despido
O cavalo correu muito
Seu Floro todo sofrido
Onde o animal passava
Ouviam o seu gemido.
IX
Ele ficou tão sentido
E também encabulado
De o povo lhe ver nu
Ficou muito envergonhado
Outra aconteceu com ele
Deixando em triste estado.
X
Esse homem acanhado
Foi tomar banho num rio
Encontrou um maribondo
Que deixou em arrepio
Ele pulou para a água
Com todo o seu perfio.
XI
Nublado e muito frio
Ficou todo ensangüentado
A cabeça em uma pedra
Que ficou atordoado
Depois foi se abaixar
Por urtiga foi queimado.
XII
Só o que foi revelado
Quem aqui antes viveu
As histórias de Seu Floro
Sobre ele o que se deu
Muitas outras coisas tristes
Com ele aconteceu.
Caraúbas-RN, 07.12.1982
Ilton Gurgel, poeta.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
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