terça-feira, 7 de outubro de 2008

VERDADE
I
Eu não sei se vão gostar
O que tenho a dizer
Pois eu tenho muita coisa
Para o povo saber
Por isso que resolvi
A verdade escrever.
II
Só para você saber
Digo com satisfação
Como é que acontece
A alta da inflação
A imprensa divulgando
Como fica a nação.
III
Eu vejo no meu sertão
Também lá na capital
O galope acelerado
O baixo salarial
Cada dia aumenta mais
A massa de marginal.
IV
Este fato é real
Tanta gente agoniada
Gente que tem dois empregos
E outra desempregada
Nepotismo acontece
Sem que ninguém faça nada.
V
Tanta gente acomodada
Alguns sendo enganado
Por quem está no poder
Eu fico envergonhado
Ganha bem a minoria
O resto fica lascado.
VI
O homem desempregado
Procurando o que fazer
Os filhos passando fome
Sem ter nada pra comer
Procurando um trabalho
Sem quem possa socorrer.
VII
Ainda vão eleger
Político incompetente
Tipo aquele corrupto
Para enganar a gente
Cobrar caros os impostos
E nos perseguir somente.
VIII
A gente fica doente
Sem remédio é triste sina
Sobe muito os produtos
Leite, pão e margarina
Baixa o nosso salário
Sobe dólar e gasolina.
IX
Vejo jovem e menina
Com grande capacidade
Procurando um emprego
E ter estabilidade
E sem nada conseguir
Porque fala a verdade.
X
No chão da sociedade
Algo tem que não convém
Dito pelos poderosos
Humilha o povo também
Ainda fica dizendo
“hoje só vale quem tem”.
XI
Pois isso não fica bem
Quem faz um caso assim
Quem é rico acha bom
Mas o pobre acha ruim
É tanto do sofrimento
Que chega até a mim.
XII
Hoje eu falei assim
Sem ter medo de falar
Pode até eu ser mais um
Que possam me odiar
Mas fico com a verdade
A ela eu vou buscar.

Caraúbas-RN, 12.10.1982
Ilton Gurgel, poeta.

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