sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O SERTÃO NO CLARO DA LAMPARINA, PRA DANÇAR FORRÓ EM UMA LATADA

I
Conservar toda nossa tradição
Embora hoje na modernidade
Já mudou a originalidade
Que tem os costumes da região
Resgatar as culturas do sertão
Como ser e com festa animada
A maior festa lá é vaquejada
Com forró lá na terra nordestina
O sertão no claro da lamparina
Pra dançar forró em uma latada.
II
Latada é feita só na coragem
Se constrói com forquilha de angico
Com palha de coqueiro cobre um tico
No sertão é parte duma imagem
Nela está a força e a bagagem
Na casa é feita pra ser usada
Ao chegar no terreiro é escutada
A dança feita pela bailarina
O sertão no claro da lamparina
Pra dançar forró em uma latada.
III
Lamparina usa o seu combustível
Para que ela possa clarear
Querosene é que nela colocar
Causando uma fumaça incrível
Pavio de algodão nela é possível
Queimando deixa a noite clareada
Na festa todo mundo é camarada
Os homens nos pés calcam a botina
O sertão no claro da lamparina
Pra dançar forró em uma latada.
IV
Latada um lugar tradicional
Não deve cair no esquecimento
O piso com barro e com cimento
Parede é com palha especial
O lugar para encontro é legal
No forró lá a cota é tirada
Na banca beber é tomar bicada
A festa na latada é rotina
O sertão no claro da lamparina
Pra dançar forró em uma latada.

V
Ao chegar no terreiro é escutado
O forró da sanfona é saído
O surdo e triângulo é ouvido
E os pés que no chão é arrastado
Com calor o cara fica suado
De longe escuta a barulhada
Sanfona pelo cabra é tocada
Pandeiro batido pela mão fina
O sertão no claro da lamparina
Pra dançar forró em uma latada.
VI
Latada também para se deitar
Na rede amarrada na forquilha
Balançar e dormir é maravilha
Ou então reunir pra conversar
Histórias vantajosas escutar
E olhar para o noite estrelada
A festa na latada ser lembrada
No sertão a cultura nordestina
O sertão no claro da lamparina
Pra dançar forró em uma latada.


Brasília-DF, 05.12.2008
Ilton Gurgel, poeta.

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