sábado, 6 de dezembro de 2008

ONDE PASSA O CAVALO, TEM QUE PASSAR O VAQUEIRO

I
Vaqueiro bom de mourão
Corredor de vaquejada
Que não tem medo de nada
Pega o boi com a mão
Procura ser campeão
O cavalo é o parceiro
Do gado sente o cheiro
E assim vai no embalo
Onde passa o cavalo
Tem que passar o vaqueiro.
II
Não perde nenhuma rês
O garrote ou a novilha
O gado segue na trilha
O vaqueiro vem na vez
Todo dia e todo mês
Ele já chega primeiro
Não é um bom financeiro
Eu digo e não me calo
Onde passa o cavalo
Tem que passar o vaqueiro.
III
O estrume do curral
Aquele cheiro gostoso
De um gado preguiçoso
É um cheiro natural
Ao vaqueiro é normal
Faz sem ser interesseiro
Com berrante é um ponteiro
Desde o cantar do galo
Onde passa o cavalo
Tem que passar o vaqueiro.
IV
O vaqueiro é preparado
Com perneira e com gibão
Peitoral é opção
Pra correr atrás do gado
Para não sair rasgado
Por galho de marmeleiro
Ou espinho de cardeiro
Bota pra não fazer calo
Onde passa o cavalo
Tem que passar o vaqueiro.
V
O vaqueiro nordestino
Que monta para correr
Vai disposto a vencer
Exercer o seu destino
Parecendo um menino
Com seu cavalo baixeiro
Pega o boi de primeiro
Sem poder ultrapassá-lo
Onde passa o cavalo
Tem que passar o vaqueiro.
VI
O vaqueiro não faz feio
Quando está na montaria
É a maior alegria
Quando a festa é rodeio
Se passar por aperreio
Logo supera ligeiro
Não deixa por derradeiro
Para poder animá-lo
Onde passa o cavalo
Tem que passar o vaqueiro.


Brasília-DF, 07.10.2008
Ilton Gurgel, poeta.

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