sábado, 10 de março de 2012

COVERSA DE APOSENTADAS

I
Numa agência bancária
Três mulheres conversavam
Todas três aposentadas
E do que elas falavam
Sobre aposentadoria
O assunto que tratavam.
II
Todas elas comentavam
Cada uma do marido
Que também aposentados
A conversa deu sentido
Num direcionamento
Do assunto incluído.
III
A primeira em seguido
Comentou indignada
Do negócio do marido
E por ela comentada
Que ele estava mole
Mas por ela era usada.
IV
A outra contrariada
Em seguida foi falar
Também do marido dela
A mesma quis comentar
Que mole mesmo servia
Para ela desfrutar.
V
E ficando a falar
Da aposentadoria
Do marido era pouca
Porém pra ela servia
Pois mesmo que fosse mole
Muito adiantaria.
VI
Estava numa agonia
Todas três com aflição
Elas ouviram dizer
Faltou a confirmação
De que ia ser cortada
Sem nenhuma explicação.

VII
E na mesma proporção
Se o Governo cortar
O marido ficar sem
Como ela vai passar
Embora usando pouco
Como ela ia ficar.
VIII
A terceira a escutar
E, porém nada dizia...
Ouviu as duas primeiras
E pensando refletia
Chegar uma conclusão
Nem ela mesma sabia.
IX
Quando ela concluía
Depois de tanto pensar
Pois casada também tinha
O marido pra cuidar
Também do negócio mole
Mas dava para usar.
X
Se o Governo cortar
Muita falta vai fazer
Apesar de muito pouco
Benefício vem trazer
É só uma vez por mês
Que isso vem ocorrer.
XI
Mas se for permanecer
Será grande benefício
Elas dão por satisfeitas
Evitam o desperdício
Não sei se pra os maridos
Será grande sacrifício.
XII
Parecendo um comício
Histórias bem explicadas
Da aposentadoria
Falavam atormentas
Assim ocorreu o papo
Conversa de aposentadas.
Brasília-DF, 09.03.2010.
Ilton Gurgel, poeta.

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