terça-feira, 6 de janeiro de 2015

NEPOTISMO NO PODER




I

Do leitor quero atenção

Para o que eu vou falar

É uma realidade

Que eu vou denunciar

E eu acho um absurdo

Este ato praticar.

II

Eu vejo se confirmar

Sempre vai acontecer

Toda máquina de governo

Nela vai prevalecer

Este apadrinhamento

Nepotismo no poder.

III

Seja quem se eleger

Já assume consciente

Do cabide de emprego

Tanto cargo evidente

Que o empossado dá

A qualquer um seu parente.

IV

Governante simplesmente

Sabe que é proibido

Empregar qualquer parente

No cargo atribuído

Isto ocorre direto

Ele não dá nem ouvido.

V

Isto é um ato ferido

Que na constituição

Está bem esclarecido

Não deve dá permissão

De empregar um parente

Em qualquer repartição.

VI

Eu acho uma agressão

Uma falta de respeito

A quem faz concurso público

E perde de qualquer jeito

De assumir o seu cargo

Que pro lei é seu direito.



VII

Pois seja quem for eleito

Vem com o idealismo

Desta prática antiga

Que virou um comodismo

Por ninguém quer reclamar

Prática no nepotismo.

VIII

O País em um abismo

Vendo a hora falir

Governantes empregando

Na hora que assumir

Os parentes nos bons cargos

Com tendência pra subir.

IX

Eu sei que vai influir

O teto salarial

Muito alto para ter

Boa vida social

Manter-se em um padrão

Tipo internacional.

X

Pois o mesmo como tal

Compra roupa importada

Viaja para Europa

Traz sua mala lotada

Gastando a nossa grana

Quando é arrecadada.

XI

Pessoa necessitada

Que em concurso passou

Muitas noites acordadas

Onde esse estudou

Nunca tem na sua vida

O que tanto esperou.

XII

Se meu verso agradou

Ou se vai desagradar

Quem pratica o nepotismo

Que nunca vai acabar

Pois eu como cidadão

Tenho que denunciar.

Brasília-DF, 06.01.2015.

Ilton Gurgel, poeta.

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