segunda-feira, 23 de junho de 2008

O CARÃO QUE CANTAVA NO BAIXIO, TEVE MEDO DA SECA E FOI EMBORA
I
O Carão pra todos é esperança
Sertanejo ao ouvir o seu cantar
Esse sim pode até se animar
Pensar em parar com sua andança
No sertão nossa natureza alcança
Sofrimento que qualquer pessoa chora
Acontece deste o tempo de outrora
O sertão ter a vida por um fio
O carão que cantava no baixio
Teve medo da seca e foi embora.
II
O Nordeste que tem muita resistência
A fauna fortalece a natureza
Na flora nós vemos sua riqueza
Sem chuva tem a sua conseqüência
Sertanejo faz a sua experiência
Sofrimento no sertão é toda hora
Vem a chuva aí sim se comemora
Da beleza é formada no perfil
O carão que cantava no baixio
Teve medo da seca e foi embora.
III
No Nordeste o viver do dia a dia
Muito lindo a cultura do sertão
Esperar a cantiga do carão
Quando canta o inverno anuncia
Aí sim vem aquela alegria
Esperar ao nascer de uma aurora
Sem a chuva o povo se apavora
Mas a seca é um grande desafio
O carão que cantava no baixio
Teve medo da seca e foi embora.
IV
A seca traz ao povo sofrimento
No Nordeste ninguém perde a fé
Esperar rezando pra Soa José
Aumentando assim um grande tormento
O cantar do carão é o momento
Mas aí não chove pra ter melhora
Esperança sertaneja vai embora
Imigrar para outro lugar mais frio
O carão que cantava no baixio
Teve medo da seca e foi embora.
V
Muito forte é o homem sertanejo
Ver a chuva molhando a plantação
Da lavoura ter muita produção
De todos este é o grande desejo
Ter fartura na mesa é o ensejo
Ver a seca e todos se apavora
O sufoco pra esse chega agora
O inverno que sempre é um tardio
O carão que cantava no baixio
Teve medo da seca e foi embora.
VI
Alegres passarinhos a cantar
Felizes eles vivem numa festa
Animando a nossa linda floresta
Cantando libertos para voar
A seca vem sempre a castigar
Escapar só os frutos da amora
Com fé rezo pra Nossa Senhora
Pra for fim numa seca em calafrio
O carão que cantava no baixio
Teve medo da seca e foi embora.

Brasília-DF, 30.05.2008
Ilton Gurgel, poeta.

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