sábado, 25 de outubro de 2008

O HABITAR NO SERTÃO
I
Falando do meu sertão
a minha terra natal
conviver com a natureza
acho muito especial
aqui vou relatar
o habitar natural.
II
Da construção natural
veio pela criação
escolheu para beleza
uma linda região
dos quadros da tela verde
da paisagem do sertão.
III
A cantiga do carão
melodia de tristeza
ele que sempre reside
perto de uma represa
projetista natural
da obra da natureza.
IV
Urubu não tem beleza
mas é quem trabalha mais
comendo a matéria morta
que sobra dos animais
nunca cobrou um centavo
pela limpeza que faz.
V
Nas flores e vegetais
a abelha é empregada
faz o mel doce e puro
deixa a sera separada
ela pela mão do homem
é ainda maltratada.
VI
João-de-barro na estrada
usa sua inteligência
com o bico e as asas
constroi sua residência
é um engelhero pernalta
da obra da providência.
VII
A lagarta sem ciência
com qualquer lavoura arrasa
para o agricultor
o trabalho dela atrasa
faz merenda, almoça e janta
inquilina sem ter casa.
VIII
Cascavel pior que brasa
é um bicho personhento
um animal perigoso
venenoso e nojento
quando morde uma pessoa
morre ou fica em sofrimento.
IX
O macaco é um tormento
as vezes é um artista
quando é criado em casa
ele vira humorista
quando está em um circo
as vezes é trapezista.
X
O pavão é um facista
todas cores ele tem
ele é admirado
e muito lindo também
pois no quadro da beleza
não dá o prêmio a ninguém.
XI
Vagalume vai além
voa numa correria
acende os olhos de noite
apaga durante o dia
é uma luz natural
que não usa bateria.
XII
Do habitar nesta poesia
não falei nem a metade
como vive os animais
a sua realidade
ainda vou destcar
noutra oportunidade.

Brasília-DF, 25.10.2008
Ilton Gurgel, poeta.

Um comentário:

Dircina Gurgel disse...

Olá Ilton,
...então, meu primo, quanta beleza tem o nosso querido sertão...lendo sua poesia, senti saudade de ver um vagalume...na cidade grande a gente não observa a beleza da natureza...que pena!
Abraço
Dircina