quarta-feira, 21 de julho de 2010

NO TEMPO DA DITADURA, NINGUÉM TINHA LIBERDADE.

I
No tempo da opressão
Do governo militar
Só sabia espancar
E fazer a agressão
Sem respeito ao cidadão
Sem dar oportunidade
Abuso de autoridade
Foi uma era escura
No tempo da ditadura
Ninguém tinha liberdade.
II
Ninguém podia falar
Era tudo censurado
O político exilado
Só o governo mandar
O povo a apanhar
Numa grande crueldade
A gente via maldade
Em toda a espessura
No tempo da ditadura
Ninguém tinha liberdade.
III
Quando ia governar
Só sabia agredir
Nosso direito ferir
E mandava se calar
Queria amedrontar
Na maior calamidade
Medo em toda cidade
Tinha toda criatura
No tempo da ditadura
Ninguém tinha liberdade.
IV
O que a gente sentia
Tinha que ficar calado
Senão ficava trancado
Pra prisão o povo ia
Um tempo de agonia
Forçando seriedade
A maior ansiedade
Muita arma na cintura
No tempo da ditadura
Ninguém tinha liberdade.
V
Desde os anos sessenta
Com o golpe militar
Para o poder tomar
Em uma luta nojenta
No fim dos anos oitenta
Foi a parcialidade
Já com a modernidade
E com o fim da censura
No tempo da ditadura
Ninguém tinha liberdade.
VI
Cumpria o seu mandato
Com ódio no coração
Fazia humilhação
Nesse tempo tão ingrato
Ainda tem candidato
Com esta mentalidade
Atrasada e com maldade
Sem nenhuma estrutura
No tempo da ditadura
Ninguém tinha liberdade.

Brasília-DF, 21.07.2010.
Ilton Gurgel, poeta.

Nenhum comentário: