CASAMENTO DE UM MATUTO COM A FILHA DO DELEGADO.
I
Eu casei com Carolina
Numa Sexta-feira santa
A beleza que encanta
Que tinha essa menina
Mole igual a margarina
Isso pude perceber
Ela prometeu viver
A vida toda comigo
Parece que foi castigo
Que veio acontecer.
II
Não era dia concreto
Pra fazer um casamento
Quase um constrangimento
De quem estava por perto
Duma coisa fiquei certo
É que eu fui castigado
Devia ter respeitado
O abençoado dia
Passei tanta agonia
Que fiquei envergonhado.
III
Não aconteceu a festa
Era dia de jejum
O que é muito comum
Pois não teve nem seresta
Eu colei a minha testa
A noiva coçou também
Era aquele vai e vem
Entre o povo convidado
Com o comer limitado
Não sobrou para ninguém.
IV
A nossa lua-de-mel
Que foi no dia seguinte
Transformada de requinte
Para um amargo fel
Nós entramos num hotel
Ela foi me alisando
Eu fiquei logo pensando
No que acontecer
Eu pronto para fazer
Mas ela só me olhando.
V
Tinha um apartamento
Era muito luxuoso
Eu entrei fiquei nervoso
Fiquei com acanhamento
Só que o meu sofrimento
Começou naquele dia
Minha noiva me dizia
-Eu não faço o que não sei
Só que não imaginei
O que para mim viria.
VI
A mulher ficou despida
Com o seu corpo estranho
O pé tinha um tamanho
Duma grande avenida
Destino da minha vida
Pouco eu me animei
Na hora que convidei
E passei a minha mão
Quase me jogou no chão
Ai eu encabulei.
VII
Eu chamei pra conversar
Relativo o nosso amor
Ela disse - O senhor
Devia se enxergar
Pois queira me respeitar
Pensa que eu sou o quê?
Pois eu digo a você
Sou donzela de respeito
E você fique direito
Pois detesto tererê.
VIII
Mas só que eu não sabia
Mas soube naquela hora
Ela mandou eu embora
Da vida dela saia
Pois nada acontecia
Entre eu e a malvada
Casamento deu em nada
Sei que era uma gata
Mas era grande sapata
E uma grande safada.
IX
Corri pra delegacia
Procurei o delegado
Ficou muito irritado
Ouvi o que não queria
Senti tanta agonia
Naquela ocasião
Recebi voz de prisão
Por causa do casamento
Ou meu Deus que sofrimento
E também perseguição.
X
Eu disse:- Seu delegado
Não estou lhe entendendo
O senhor deve está vendo
Casei fui abandonado
Ela me deixou jogado
Como assim vim lhe dizer
O senhor quer me prender
Me deixar lá na prisão
Tenha calma meu patrão
Eu não queria perder.
XI
Fiquei tão envergonhado
Quando ele foi contar
Acabei de me casar
Com a filha do delegado
Eu morava em outro Estado
E aqui ela vivia
Da moça eu não sabia
Que ela gosta também
Daquilo que ela tem
E me dá tanta alegria.
XII
E assim fui pra prisão
Por causa de Carolina
Parecia gente fina
Só que era sapatão
Sofri tanta agressão
Que quase morri em pé
Em mim um serviço até
Fizeram sem piedade
Cortaram com crueldade
Vocês sabem o que é.
Caraúbas-RN, 09.12.1982.
Ilton Gurgel, poeta (poesia de época)
I
Eu casei com Carolina
Numa Sexta-feira santa
A beleza que encanta
Que tinha essa menina
Mole igual a margarina
Isso pude perceber
Ela prometeu viver
A vida toda comigo
Parece que foi castigo
Que veio acontecer.
II
Não era dia concreto
Pra fazer um casamento
Quase um constrangimento
De quem estava por perto
Duma coisa fiquei certo
É que eu fui castigado
Devia ter respeitado
O abençoado dia
Passei tanta agonia
Que fiquei envergonhado.
III
Não aconteceu a festa
Era dia de jejum
O que é muito comum
Pois não teve nem seresta
Eu colei a minha testa
A noiva coçou também
Era aquele vai e vem
Entre o povo convidado
Com o comer limitado
Não sobrou para ninguém.
IV
A nossa lua-de-mel
Que foi no dia seguinte
Transformada de requinte
Para um amargo fel
Nós entramos num hotel
Ela foi me alisando
Eu fiquei logo pensando
No que acontecer
Eu pronto para fazer
Mas ela só me olhando.
V
Tinha um apartamento
Era muito luxuoso
Eu entrei fiquei nervoso
Fiquei com acanhamento
Só que o meu sofrimento
Começou naquele dia
Minha noiva me dizia
-Eu não faço o que não sei
Só que não imaginei
O que para mim viria.
VI
A mulher ficou despida
Com o seu corpo estranho
O pé tinha um tamanho
Duma grande avenida
Destino da minha vida
Pouco eu me animei
Na hora que convidei
E passei a minha mão
Quase me jogou no chão
Ai eu encabulei.
VII
Eu chamei pra conversar
Relativo o nosso amor
Ela disse - O senhor
Devia se enxergar
Pois queira me respeitar
Pensa que eu sou o quê?
Pois eu digo a você
Sou donzela de respeito
E você fique direito
Pois detesto tererê.
VIII
Mas só que eu não sabia
Mas soube naquela hora
Ela mandou eu embora
Da vida dela saia
Pois nada acontecia
Entre eu e a malvada
Casamento deu em nada
Sei que era uma gata
Mas era grande sapata
E uma grande safada.
IX
Corri pra delegacia
Procurei o delegado
Ficou muito irritado
Ouvi o que não queria
Senti tanta agonia
Naquela ocasião
Recebi voz de prisão
Por causa do casamento
Ou meu Deus que sofrimento
E também perseguição.
X
Eu disse:- Seu delegado
Não estou lhe entendendo
O senhor deve está vendo
Casei fui abandonado
Ela me deixou jogado
Como assim vim lhe dizer
O senhor quer me prender
Me deixar lá na prisão
Tenha calma meu patrão
Eu não queria perder.
XI
Fiquei tão envergonhado
Quando ele foi contar
Acabei de me casar
Com a filha do delegado
Eu morava em outro Estado
E aqui ela vivia
Da moça eu não sabia
Que ela gosta também
Daquilo que ela tem
E me dá tanta alegria.
XII
E assim fui pra prisão
Por causa de Carolina
Parecia gente fina
Só que era sapatão
Sofri tanta agressão
Que quase morri em pé
Em mim um serviço até
Fizeram sem piedade
Cortaram com crueldade
Vocês sabem o que é.
Caraúbas-RN, 09.12.1982.
Ilton Gurgel, poeta (poesia de época)
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