O NAMORO DUM MATUTO COM UM TRAVESTIR.
I
Pessoal eu vou contar
Por um caso que passei
Até hoje eu não sei
Como tudo explicar
Uma vez fui farrear
Em um tal de um forró
Fiquei preso em um nó
Arrumei uma costela
Uma tal duma donzela
Para eu não ficar só.
II
Pra começo de assunto
Eu caí na perdição
Entrei numa confusão
Quase viro um defunto
Pra não mudar de assunto
Dos cabras eu apanhei
E nenhuma tapa dei
Foi soco pra todo lado
Eu saí todo quebrado
Não sei como escapei.
III
E depois da confusão
Arrumei a namorada
Não sabia da cilada
Que tinha lá no salão
Era uma traição
Dessas que veado faz
Para enganar rapaz
Ela ainda me beijou
E também me bajulou
Pra isso era capaz.
IV
A mulher se requebrando
Levou-me pra o terreiro
Começou a me dar cheiro
Eu fui me apaixonando
Continuo me puxando
Pegada na minha mão
Eu pensei ser diversão
Segurando no meu dedo
Comecei ficar com medo
De ter outra confusão.
V
Cheguei no fim do terreiro
Eu vi o amante dela
Ele procurando ela
Com mais outro companheiro
Apanhei que nem cordeiro
Meu corpo ficou doido
Outra vez eu fui traído
Por quem não imaginava
O que nunca eu esperava
De ali ser tão sofrido.
VI
Depois que eu apanhei
Ela se aproximou
Para a dança me chamou
Lá foi outro aperrei
Porém tudo que eu sei
Que eu não tinha dinheiro
Nem sabia o roteiro
Do que eu ia dançar
Desta vez pude escapar
Eu corri logo primeiro.
VII
Eu e aquela menina
Uma estranha criatura
Ela tinha uma mistura
Com um jeito de cretina
Sua fala era fina
Mas às vezes engrossava
Ai logo eu pensava
Num pensamento atroa
Como que uma pessoa
Com aquilo namorava.
VIII
Comecei a reclamar
Da minha falta de sorte
Antes quase fui à morte
Pra com ela namorar
Eu e ela a se amar
Foi aquele esfregado
De beijar fiquei babado
Que quase pedi socorro
Desta vez eu sei que morro
Ou então fico aleijado.
IX
Sem saber como dizer
O que estava pensando
Eu fui só a agarrando
Que cheguei a me tremer
Com vontade de fazer
Fui dá uma de esperto
Só que não ia dar certo
Pois eu nunca imaginava
Que ela me enganava
Com o jeito desonesto.
X
Eu dei logo uma cantada
E depois de muita luta
Entre eu e a matuta
Ela ficou animada
A gente nessa balada
Tomei um grande espanto
Agarrei naquele canto
Peguei no que não queria
Estranhei do que sentia
Debaixo daquele manto.
XI
Na hora fiquei irado
Com a namorada minha
Pois o mesmo que eu tinha
Era um travestir veado
De tanto ficar zangado
Eu peguei o meu facão
Tomei uma decisão
De cortar no que peguei
Até hoje eu não sei
O fim da situação.
XII
Portanto caro leitor
Não queira se enganar
E quando for namorar
Procure bem o amor
Pois veado sedutor
Deixa a gente enganado
Por que eu fiquei irado
Foi uma decepção
Não entre em confusão
Nem namore com veado.
Caraúbas-RN, 26.03.1983. (poesia de época)
Ilton Gurgel, poeta.
I
Pessoal eu vou contar
Por um caso que passei
Até hoje eu não sei
Como tudo explicar
Uma vez fui farrear
Em um tal de um forró
Fiquei preso em um nó
Arrumei uma costela
Uma tal duma donzela
Para eu não ficar só.
II
Pra começo de assunto
Eu caí na perdição
Entrei numa confusão
Quase viro um defunto
Pra não mudar de assunto
Dos cabras eu apanhei
E nenhuma tapa dei
Foi soco pra todo lado
Eu saí todo quebrado
Não sei como escapei.
III
E depois da confusão
Arrumei a namorada
Não sabia da cilada
Que tinha lá no salão
Era uma traição
Dessas que veado faz
Para enganar rapaz
Ela ainda me beijou
E também me bajulou
Pra isso era capaz.
IV
A mulher se requebrando
Levou-me pra o terreiro
Começou a me dar cheiro
Eu fui me apaixonando
Continuo me puxando
Pegada na minha mão
Eu pensei ser diversão
Segurando no meu dedo
Comecei ficar com medo
De ter outra confusão.
V
Cheguei no fim do terreiro
Eu vi o amante dela
Ele procurando ela
Com mais outro companheiro
Apanhei que nem cordeiro
Meu corpo ficou doido
Outra vez eu fui traído
Por quem não imaginava
O que nunca eu esperava
De ali ser tão sofrido.
VI
Depois que eu apanhei
Ela se aproximou
Para a dança me chamou
Lá foi outro aperrei
Porém tudo que eu sei
Que eu não tinha dinheiro
Nem sabia o roteiro
Do que eu ia dançar
Desta vez pude escapar
Eu corri logo primeiro.
VII
Eu e aquela menina
Uma estranha criatura
Ela tinha uma mistura
Com um jeito de cretina
Sua fala era fina
Mas às vezes engrossava
Ai logo eu pensava
Num pensamento atroa
Como que uma pessoa
Com aquilo namorava.
VIII
Comecei a reclamar
Da minha falta de sorte
Antes quase fui à morte
Pra com ela namorar
Eu e ela a se amar
Foi aquele esfregado
De beijar fiquei babado
Que quase pedi socorro
Desta vez eu sei que morro
Ou então fico aleijado.
IX
Sem saber como dizer
O que estava pensando
Eu fui só a agarrando
Que cheguei a me tremer
Com vontade de fazer
Fui dá uma de esperto
Só que não ia dar certo
Pois eu nunca imaginava
Que ela me enganava
Com o jeito desonesto.
X
Eu dei logo uma cantada
E depois de muita luta
Entre eu e a matuta
Ela ficou animada
A gente nessa balada
Tomei um grande espanto
Agarrei naquele canto
Peguei no que não queria
Estranhei do que sentia
Debaixo daquele manto.
XI
Na hora fiquei irado
Com a namorada minha
Pois o mesmo que eu tinha
Era um travestir veado
De tanto ficar zangado
Eu peguei o meu facão
Tomei uma decisão
De cortar no que peguei
Até hoje eu não sei
O fim da situação.
XII
Portanto caro leitor
Não queira se enganar
E quando for namorar
Procure bem o amor
Pois veado sedutor
Deixa a gente enganado
Por que eu fiquei irado
Foi uma decepção
Não entre em confusão
Nem namore com veado.
Caraúbas-RN, 26.03.1983. (poesia de época)
Ilton Gurgel, poeta.
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