O MATUTO QUE FOI SER ASSALTADO E CAPOU O ASSALTANTE.
I
Nasci no interior
Um caipira analfabeto
Mas, porém muito esperto...
Um forte trabalhador
Sendo um agricultor
Sem o mundo conhecer
Quando decidi fazer
Na vida uma viagem
Tomei a minha coragem
No mundo eu fui correr.
II
Eu fiz o meu apurado
Com tanta dificuldade
Para conhecer cidade
Que fosse do meu agrado
Sou homem de um passado
Simples e muito honesto
O errado eu detesto
E nem gosto de mentir
A verdade só ouvir
O errado eu contesto.
III
A passagem eu comprei
Quando o ônibus chegou
Todo mundo embarcou
Nisso eu também entrei
Depois me acomodei
Para poder viajar
O carro veio lotar
Tinha tanto passageiro
Parecia formigueiro
Quando está a trabalhar.
IV
Ao chegar na capital
Foi aquela alegria
Por que eu não conhecia
Uma cidade real
Porém na zona rural
Eu vivia enfornado
De casa pra o roçado
Sem nenhuma diversão
Tanta admiração
Que fiquei emocionado.
V
Quando eu desembarquei
Do carro que viajava
Lá por perto encontrava
Um moço que eu não sei
E logo desconfiei
Daquele jeito estranho
Ele tinha um tamanho
Duma pouca estatura
Parecia a criatura
Ele não tomava banho.
VI
Ele andava sem rumo
Aproximou-se do carro
E me pediu um cigarro
Respondi que eu não fumo
Parecia com um sumo
Da casca de um limão
Fedia mais que um cão
Quando cai duma mudança
Tive a desconfiança
De que fosse um ladrão.
VII
Com tanto palavreado
E eu nada entendia
Quando ele anuncia
Com um revólver armado
Assalto anunciado
Pra cima dele parti
Pois medo eu não senti
Daquele cabra de peia
Devia ir pra cadeia
De raiva eu me conti.
VIII
Eu tomei a arma dele
Sapequei ele no chão
Armada a confusão
Pensei em fazer com ele
De deixar um sinal nele
Pra depois ir se lembrar
De quando foi assaltar
Um caipira tão honrado
Seu corpo ficou marcado
Além de tanto apanhar.
IX
Um revólver de brinquedo
Que não tinha munição
Um vagabundo ladrão
No povo botando medo
Apontei com o meu dedo
Que eu ia ensinar
A ele a respeitar
Um homem trabalhador
Ele sentiu tanta dor
De tanto ele apanhar.
X
Eu dei tanta da porrada
Naquele cabra safado
Que ficou todo quebrado
Com a minha mão pesada
Que era acostumada
Burro brabo amansar
Quanto mais em ensinar
A um besta vagabundo
Pra respeitar todo mundo
Não mais querer assaltar.
XI
Eu puxei minha peixeira
Estava bem afiada
Pois só vive amolada
Toda ela por inteira
E cortei duma maneira
Logo os seus principais
Como faz com animais
O cabra ficou capado
Pois eu estava irado
A raiva era de mais.
XII
O povo me aplaudia
Outro me elogiava
O bandido reclamava
Da dor que ele sentia
Não tem mais a serventia
Que ele tinha constante
Assim contei no instante
Um conto amatutado
Do matuto assaltado
Que capou o assaltante.
Brasília-DF, 23.01.2013.
Ilton Gurgel, poeta.
I
Nasci no interior
Um caipira analfabeto
Mas, porém muito esperto...
Um forte trabalhador
Sendo um agricultor
Sem o mundo conhecer
Quando decidi fazer
Na vida uma viagem
Tomei a minha coragem
No mundo eu fui correr.
II
Eu fiz o meu apurado
Com tanta dificuldade
Para conhecer cidade
Que fosse do meu agrado
Sou homem de um passado
Simples e muito honesto
O errado eu detesto
E nem gosto de mentir
A verdade só ouvir
O errado eu contesto.
III
A passagem eu comprei
Quando o ônibus chegou
Todo mundo embarcou
Nisso eu também entrei
Depois me acomodei
Para poder viajar
O carro veio lotar
Tinha tanto passageiro
Parecia formigueiro
Quando está a trabalhar.
IV
Ao chegar na capital
Foi aquela alegria
Por que eu não conhecia
Uma cidade real
Porém na zona rural
Eu vivia enfornado
De casa pra o roçado
Sem nenhuma diversão
Tanta admiração
Que fiquei emocionado.
V
Quando eu desembarquei
Do carro que viajava
Lá por perto encontrava
Um moço que eu não sei
E logo desconfiei
Daquele jeito estranho
Ele tinha um tamanho
Duma pouca estatura
Parecia a criatura
Ele não tomava banho.
VI
Ele andava sem rumo
Aproximou-se do carro
E me pediu um cigarro
Respondi que eu não fumo
Parecia com um sumo
Da casca de um limão
Fedia mais que um cão
Quando cai duma mudança
Tive a desconfiança
De que fosse um ladrão.
VII
Com tanto palavreado
E eu nada entendia
Quando ele anuncia
Com um revólver armado
Assalto anunciado
Pra cima dele parti
Pois medo eu não senti
Daquele cabra de peia
Devia ir pra cadeia
De raiva eu me conti.
VIII
Eu tomei a arma dele
Sapequei ele no chão
Armada a confusão
Pensei em fazer com ele
De deixar um sinal nele
Pra depois ir se lembrar
De quando foi assaltar
Um caipira tão honrado
Seu corpo ficou marcado
Além de tanto apanhar.
IX
Um revólver de brinquedo
Que não tinha munição
Um vagabundo ladrão
No povo botando medo
Apontei com o meu dedo
Que eu ia ensinar
A ele a respeitar
Um homem trabalhador
Ele sentiu tanta dor
De tanto ele apanhar.
X
Eu dei tanta da porrada
Naquele cabra safado
Que ficou todo quebrado
Com a minha mão pesada
Que era acostumada
Burro brabo amansar
Quanto mais em ensinar
A um besta vagabundo
Pra respeitar todo mundo
Não mais querer assaltar.
XI
Eu puxei minha peixeira
Estava bem afiada
Pois só vive amolada
Toda ela por inteira
E cortei duma maneira
Logo os seus principais
Como faz com animais
O cabra ficou capado
Pois eu estava irado
A raiva era de mais.
XII
O povo me aplaudia
Outro me elogiava
O bandido reclamava
Da dor que ele sentia
Não tem mais a serventia
Que ele tinha constante
Assim contei no instante
Um conto amatutado
Do matuto assaltado
Que capou o assaltante.
Brasília-DF, 23.01.2013.
Ilton Gurgel, poeta.
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