sexta-feira, 28 de agosto de 2009

QUANDO A SECA CHEGOU EU FUI EMBORA, DO LUGAR QUE NASCI E ME CRIEI

I
A seca quando vem é devorando
A vida humana e animais
Os efeitos da seca são demais
Atinge quem por lá tá habitando
Lamenta quem está lá visitando
Naquele sertão que eu me criei
Os palmos de terra que eu andei
E por mim ele é escrito agora
Quando a seca chegou eu fui embora
Do lugar que nasci e me criei.
II
A vida no sertão é muito dura
Mas porém a terra é muito amada
Região pela seca é castigada
A fome aparece e censura
No sertão ninguém perde a postura
Eu vivi e nunca desanimei
Em Jesus que eu sempre confiei
Com ele a gente não apavora
Quando a seca chegou eu fui embora
Do lugar que nasci e me criei.
III
A gente que sai da terra natal
Certeza que nunca a gente esquece
Lá fora não sei o que acontece
O que tem e também se é normal
O sertão que muito especial
Naquela terra onde eu pisei
Lutando contra a seca trabalhei
Esperar o nascer duma aurora
Quando a seca chegou eu fui embora
Do lugar que nasci e me criei.
IV
O sertão que foi onde eu nasci
E vivi até minha juventude
Na seca eu tomei a atitude
Séria decisão que resolvi
Com amor no meu coração parti
Pra um outro lugar eu viajei
Lembrança do sertão logo fiquei
Na vida esperando a melhora
Quando a seca chegou eu fui embora
Do lugar que nasci e me criei.

V
Ao sair eu vi tudo diferente
Encarar viver a realidade
Do sertão eu terei a lealdade
Pois eu sou sertanejo consciente
Lá fora conviver com outra gente
Foi o que de cara observei
E passar por tudo eu já passei
Relembrar o meu tempo de outrora
Quando a seca chegou eu fui embora
Do lugar que nasci e me criei.
VI
O lugar que a gente estiver
Da terra natal fica a lembrança
Melhorar um dia é esperança
É o que todo sertanejo quer
E quando esse inverno vier
Melhora a vida isto eu sei
A chuva que tanto eu esperei
Possa ser que ela venha agora
Quando a seca chegou eu fui embora
Do lugar que nasci e me criei.


Brasília-DF, 28.08.2009
Ilton Gurgel, poeta.

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