segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

OUVIR NÃO NUM HOSPITAL.




I

Hoje eu quero falar

Sobre uma realidade

No nosso cotidiano

Não é exclusividade

Um problema que eu acho

Falta de capacidade.

II

É a mais pura verdade

O problema é social

Uma falta de respeito

Por que esse é real

Devido acontecer

Já se tornou radical.

III

Ouvir não num hospital

Hoje é muito comum

Paciente que precisa

De lá só sai no jejum

É igual a Barrichelo

No tempo de fórmula um.

IV

Por não ser número um

Era sempre desprezado

Quase todas as corridas

Ele era ultrapassado

Certo era que Rubilho

Seria um pau mandado.

V

Assim sendo comparado

Com o nosso paciente

Que chega num hospital

Abatido e doente

Não tem o atendimento

Por que não é influente.

VI

Com a dor que esse sente

Vai ver se é atendido

Pega uma fila enorme

Mas não fica iludido

Pois tem “não” como resposta

Que entra no seu ouvido.



VII

Fica muito ofendido

Por ter sido humilhado

Sendo um fato real

Totalmente confirmado

O “não” é uma palavra

No hospital é usado.

VIII

Fico sensibilizado

Pela falta de respeito

Com o nosso cidadão

Que sempre tem bom conceito

Pagos impostos em dias

Ele perde seu direito.

IX

Pois o “não” é tão perfeito

Que todo funcionário

Já tem na ponta da língua

Pra falar pro usuário

Trata todo paciente

Como fosse um ordinário.

X

Tipo um autoritário

Esse tabalha assim

Pago para trabalhar

Recebe salário sim

Só para dizer um não

Trabalha muito ruim.

XI

Por que sempre é assim

Isso nunca vai mudar

E por sempre dizer não

Pode promoção pegar

Pois isso que esse faz

Só faz mesmo maltratar.

XII

Eles mandam aguardar

Só que nunca chega o dia

Todo mundo sabe disso

Paciente se angustia

Pois impostos que são pagos

Jamais vão ter serventia.

Brasília-DF, 06.01.2014.

Ilton Gurgel, poeta.









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