quarta-feira, 24 de junho de 2009

ISSO SE VÊ NO SERTÃO, QUANDO AMANHECE O DIA

I
Acordamos por inteiro
A voz fica um pouco rouca
A gente escova a boca
Com um copo no terreiro
Para o dia o roteiro
Sertanejo envaidece
Antes fazer uma prece
Com a nossa devoção
Isso se vê no sertão
Quando o dia amanhece.
II
Escutamos o cantar
De um galo no poleiro
As galinhas no terreiro
A ovelha a berrar
O boi manso a urrar
O ouvido envaidece
A gente que não esquece
Toda essa emoção
Isso se vê no sertão
Quando o dia amanhece.
III
Animais alimentando
Com a ração natural
O estrume do curral
Seu aroma aumentando
Tem um jumento rinchando
Pra comer ele aparece
Toda alegria cresce
Naquele torrado chão
Isso se vê no sertão
Quando o dia amanhece.
IV
O cantar do rouxinol
E do galo de campina
Toda terra nordestina
Alegra-se com o sol
Pescaria de anzol
É o que mais acontece
A fruta amadurece
Nós tiramos com a mão
Isso se vê no sertão
Quando o dia amanhece.
V
Quando amanhece o dia
Sertanejo no batente
Vê-se o filho doente
Começa a correria
Preocupação seria
Quando o filho adoece
A mãe o colo oferece
Para o menino chorão
Isso se vê no sertão
Quando o dia amanhece.
VI
No bordô do caçador
Tem todo equipamento
Pra caçar o alimento
Ele faz todo penhor
E também pescador
Alimento ele fornece
No sertão só acontece
Boa alimentação
Isso se vê no sertão
Quando o dia amanhece.

Brasília-DF, 24.06.2009
Ilton Gurgel, poeta.

Nenhum comentário: