DIALETO DO
SERTÃO, HOJE É POUCO USADO.
I
Nossa fala tem um teto
De sotaque conhecido
No Sertão é tão ouvido
Avô ensina pro neto
Pois o próprio dialeto
Chamam de palavreado
Tendo raiva está zangado
Briga chamam confusão
Dialeto do Sertão
Hoje é pouco usado.
II
Respeito é disciplina
Murro chamam de bofete
Comprimido é cachete
Aqui o poeta ensina
Quem não gasta é sovina
Tem que é encabulado
É quem fica acanhado
De tudo tem restrição
Dialeto no Sertão
Hoje é pouco usado.
III
Bulir que tem o sentido
É o mesmo que mexer
Menino sem atender
Dizem que é maluvido
Dialeto incluído
Ter o bode amarrado
É quem fica amoado
Não quer comunicação
Dialeto do Sertão
Hoje é pouco usado.
IV
Quem tem presa diz “Havia”
Arribar é levantar
Menino vai arengar
Colocar chama enfia
Vexado tem agonia
Difrunso é tá gripado
Ter dinheiro é estribado
E lhe chamam de barão
Dialeto do Sertão
Hoje é pouco usado.
V
Aluno faz cachorrada
O mesmo que bagunçar
Rir da cara é mangar
Gritar é fazer zoada
Astúcia é presepada
Jogou é ter rebolado
Quando duro é reclamado
Diz que levou um carão
Dialeto do Sertão
Hoje é pouco usado.
VI
O besta é idiota
Quem não paga é veiaco
Encharcar é encher saco
Ter um grupo é ter patota
Homem feio é marmota
Vermelho é encarnado
Ter um dente arrancado
É mesmo que extração
Dialeto do Sertão
Hoje é pouco usado.
Mossoró-RN,
13.02.2016.
Ilton
Gurgel, poeta.
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