EU NÃO SEI ATÉ QUANDO VOU VIVER, TENDO UM SALÁRIO ASSIM MINGUADO.
I
É triste hoje o trabalhador
Trabalha passa o dia inteiro
No bolso sem ter a cor do dinheiro
O mesmo é grande batalhador
Acaba sendo grande devedor
Já que é simples assalariado
Espera receber o seu bocado
Sem saber quanto que vai receber
Eu não sei até quando vou vier
Tendo um salário assim minguado.
II
Grande é nossa preocupação
Salário já virou a magra banha
Vejo que tudo que a gente galha
Perdemos todo para a inflação
Mercado fazendo remarcação
Tendo o preço etiquetado
Ficando um orçamento salgado
Mistura não se pode mais comer
Eu não sei até quando vou vier
Tendo um salário assim minguado.
III
Salário já não é pago em dia
As contas que são pagas atrasadas
Valores de multas que são cobradas
Aumenta mais a nossa agonia
Na gente hoje ninguém mais confia
Achando que a gente é o culpado
Dizer não é um ato praticado
Que hoje todos nós podemos ver
Eu não sei até quando vou viver
Tendo um salário assim minguado.
IV
Já não dá pra comprar a prestação
Por causa do juro que é tormento
E multa com todo alinhamento
Sem falar não tem negociação
Sujeito a haver reprovação
Por que o contra cheque apresentado
É baixo para ser analisado
Resta só a vontade de querer
Eu não sei até quando vou viver
Tendo um salário assim minguado.
V
A gente escuta frase bonita
O que é propaganda enganosa
Para a gente torna perigosa
Só não tem é quem ela acredita
Reclamar eu peço que me permita
Direito da gente é abalado
Às vezes com salário atrasado
Fica só na loja pra gente ver
Eu não sei até quando vou vier
Tendo um salário assim minguado.
VI
Hoje tem no País vale-transporte
Que inclui no piso salarial
Desconta no salário integral
Direito que chega a ter seu corte
Passagem está no preço da morte
O preço é muito exagerado
O lucro que no fim é faturado
Ele faz empresário enriquecer
Eu não sei até quando vou vier
Tendo um salário assim minguado.
Mossoró-RN,
20.02.2016.
Ilton
Gurgel, poeta.
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