segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

PESSOA QUE VIVE NA SOLIDÃO, SEMPRE TEM UM SEMBLANTE ENTRISTECIDO.
                       I
Para quem tem a vida solitária
Sentindo falta duma companhia
Dividir tristeza e alegria
Quem a vê até fica solidária
Sempre tem uma vida sedentária
Exercer nesse não tá incluído
Parece em um canto esquecido
Por não ter com quem faça divisão
Pessoa que vive na solidão
Sempre tem um semblante entristecido.
                     II
Aquele que sempre fica sozinho
A gente vê logo no seu semblante
Por não ter uma vida tão brilhante
Sem ninguém para te fazer carinho
Esse que vive só sem ter o ninho
Que teve o seu amor excluído
Eu não sei a quem é atribuído
Achando ser uma ingratidão
Pessoa que vive na solidão
Sempre tem um semblante entristecido.
                     III
Pessoa que no mundo vive só
Não sei se pra isso foi preparado
Ficar só não está acostumado
Parece que a vida deu um nó
Sem amor não terá o seu xodó
E até já fica desiludido
E o seu coração fica ferido
Por não ter nenhuma percepção
Pessoa que vive na solidão
Sempre tem um semblante entristecido.
                      IV
Às vezes por causa do egoísmo
E por não pensar na pessoa amada
Acaba só e fica abandonada
E não tem na vida o romantismo
Mesmo que tem o seu brilhantismo
Acha que a vida não tem sentido
E até fica muito iludido
Mas no fim perde sua união
Pessoa que vive na solidão
Sempre tem um semblante entristecido.
                       V
Tão ruim a pessoa desprezada
Quando ao parceiro não dá valor
Acaba ficando sem o amor
Reclama por que foi abandonada
Fica com a forma angustiada
Achando que está tudo perdido
E que não devia ter cometido
O erro que levou pra exclusão
Pessoa que vive na solidão
Sempre tem um semblante entristecido.
                       VI
Solidão nunca vai se acabar
Enquanto não houver boa conversa
Pra viver algo só o interessa
E os dois poderem dialogar
Pra depois na vida não reclamar
Que no fim acabou tudo perdido
Combinar que nunca foi proibido
Viverem com a mesma proporção
Pessoa que vive na solidão
Sempre tem um semblante entristecido.
          Mossoró-RN, 22.02.2016.

                Ilton Gurgel, poeta.

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