terça-feira, 23 de setembro de 2008

UM MOMENTO DE CONTRÁRIO
I
Não sei nem como seria
Se o que eu vou falar
Que viesse acontecer
E fosse realizar
Um momento de contrário
Dá até para pensar.
II
Podemos imaginar
Como ser realizava
Quadro que era tristeza
Alegria transformava
Produtos industriais
No momento até baixava.
III
Preguiçoso trabalhava
E tinha disposição
Aqui as grandes empresas
Tinham estruturação
De na vida trabalhar
E dá muita produção.
IV
Existia na nação
Muita gente empregada
Camponês sem passar fome
Toda estrada asfaltada
Filho de pobre estudando
Em escola adiantada.
V
Não tinha pessoa errada
Existia muito amor
Acabava a ambição
O povo tinha pudor
Não havia humilhação
Era rico o agricultor.
VI
O Nordeste sofredor
Nesse dia tinha inverno
Onde fosse maravilha
Transformava num inferno
Todos os trabalhadores
Viviam num berço eterno.
VII
Executivo sem terno
Não havia inflação
Nossa dívida externa
Paga por nossa nação
Festa com tranqüilidade
Não havia confusão.
VIII
E sem ter corrupção
Se a gente observar
No momento de contrário
O político enxergar
Trabalhar para o povo
Sem deixar nada faltar.
IX
A noite podia andar
Com muita tranqüilidade
Sem ter medo de assalto
Crime com barbaridade
Corrupto era honesto
Só falava a verdade.
X
Todos tinham liberdade
Não sei nem como seria
As crianças na escola
Bom salário seria
A nossa educação
Como assim melhoraria.
XI
Baixava mercadoria
Como ia acontecer
Nada a gente importava
Tinha tudo pra comer
Pois isso não acontece
Isso podemos saber.
XII
Amigo eu quis dizer
Nesta minha poesia
O que hoje está errado
Eu comentei neste dia
Um momento de contrário
Nunca aconteceria.

Caraúbas-RN, 05.11.1982
Ilton Gurgel, poeta.

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