sexta-feira, 19 de setembro de 2008

A VIDA DOS ALIENADOS
I
Acho triste pessoal
O homem alienado
Para o mundo fica cego
Está sempre só dum lado
Pensa está agindo certo
Como sempre está errado.
II
Ele fica massacrado
Nunca presta atenção
O famoso “está certo”
Não dá sua opinião
Na vida está perdendo
A conscientização.
III
Se tiver a proteção
De quem exerce o poder
Parece um objeto
Pois ele não tem querer
Faz a vontade dos outros
Mesmo sem o seu querer.
IV
Se um dia ele perder
Por alguém se der vencido
Sei que o alienado
Fica só desiludido
Só passou por uma vida
Sem dela não ter vivido.
V
Pra ele não tem sentido
Sem opinar neste mundo
Não reconhecer o seu erro
É um mal muito profundo
Leva vida alienada
Parecendo um vagabundo.
VI
Quem pensa mandar no mundo
Vive só de massacrar
A arma é o poder
Para poder humilhar
Alienado pra ele
É um gostoso manar.
VII
Se for conscientizar
Sabe que é perseguido
O próprio alienado
Fica todo iludido
Acredita nas mentiras
E a elas dá ouvido.
VIII
É sempre o preferido
Cheiroso do candidato
Que humilha o tempo todo
No período do mandato
Alienado não vê
Ele é quem paga o pato.
IX
Não interessa de fato
A sua capacidade
Se dar por acomodado
Não vê sua qualidade
Nunca ele vai cair
Dentro da realidade.
X
Não encara a verdade
Parece um inocente
Não age dentro de si
Fica um inconsciente
Não cuida da sua vida
Pra poder viver decente.
XI
Não fica independente
O que ele vai dizer
Não é sua opinião
Fala sem mesmo saber
Muito feio essa vida
E seu modo de viver.
XII
E assim fui escrever
Aqui chego ao final
Sobre o alienado
Que não vive na real
Nunca que ele vai ver
Que isso não é normal.

Caraúbas-RN, 07.10.1982
Ilton Gurgel, poeta.

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