terça-feira, 4 de novembro de 2008

DO CHÃO SECO ARRANCAR O PÃO DA VIDA, SERTANEJO QUE FAZ ISSO E MAS NINGUÉM
I
Sertanejo sofre com a estiagem
Ele que tem filhos pra sustentar
E também pra poder alimentar
Sofre muito e não perde a coragem
Espera vir do céu uma mensagem
Essa que seja para o seu bem
Força para trabalhar o mesmo tem
Neste chão da terra seca e ardida
Do chão seco arrancar o pão da vida
Sertanejo que faz isso e mas ninguém.
II
Encara trabalho na emergência
O que ganha pouco dá para comer
Trabalha pra poder sobreviver
Sem ajuda e com pouca assistência
Sertanejo um homem de consciência
Pra suprir vai comprar no armazém
Explorado fica em um vai e vem
Exemplo de uma vida sofrida
Do chão seco arrancar o pão da vida
Sertanejo que faz isso e mais ninguém.
III
Enxada bate com força no chão
Na terra que está seca e dura
Prepara com fé a agricultura
Sabendo trabalho quase em vão
Muito pouca é a sua produção
Sabe que dali alimento vem
Para ele o trabalho que convém
Resultado da seca é a ferida
Do chão seco arrancar o pão da vida
Sertanejo que faz isso e mais ninguém.
IV
Mesmo assim não desiste do trabalho
Trabalho para ele é importante
Cultiva a semente e a vazante
Produzir esse faz qualquer atalho
Colhendo pra ele como retalho
Divide com os outros o que tem
Do trabalho ele vai muito além
Produção da seca fica varrida
Do chão seco arrancar o pão da vida
Sertanejo que faz isso e mais ninguém.
V
Planta só o que acha necessário
Conhece muito bem o seu sustento
Da terra produz todo o alimento
Sofrendo parece ser um calvário
Sustenta movimenta o diário
No sofrer a coragem ele tem
No bolso anda com pouco vintém
Quando colhe vê que é pouca comida
Do chão seco arrancar o pão da vida
Sertanejo que faz isso e mais ninguém.
VI
Admiro muito bem o sertanejo
Pra lutar já nasceu predestinado
Cuidar da plantação, cuidar do gado
E vencer na vida tem seu desejo
Esperar o melhor é o ensejo
O momento ele sabe muito bem
Da seca ele fica um refém
Colheta logo será consumida
Do chão seco arrancar o pão da vida
Sertanejo que faz isso e mais ninguém.

Brasília-DF, 04.08.2008
Ilton Gurgel, poeta.

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