domingo, 23 de novembro de 2008

UM GUARÁ GAGO GAGUEJA, UM GATO GAGO NÃO MIA

I
A falha não ta na fala
No rugido ou no miado
bicho estando animado
O animal não se cala
Animal gago embala
Não sei nem como seria
Sei que dá uma agonia
Assim é grande peleja
Um guará gago gagueja
Um gato gago não mia.
II
Um miado gaguejado
E um esturro falhado
Animal acostumado
Deve ficar entojado
Um barulho agoniado
Não é uma nostalgia
Não sei nem como seria
Não seria uma cereja
Um guará gago gagueja
Um gato gago não mia.
III
Sem sotaque e sem atalho
Tem o seu som promovido
O que sempre dá sentido
É o som que não é falho
Pois no solo ou no galho
Parte da ecologia
Porque o som protegia
E assim sempre proteja
Um guará gago gagueja
Um gato gago não mia.
IV
É um fato natural
Porém um pouco estranho
Problemas desse tamanho
Vivido por animal
Eu não sei se é normal
Se a ciência faria
No convívio todo dia
Que a natureza seja
Um guará gago gagueja
Um gato gago não mia.
V
O miado de um gato
Se ele miar cortado
Ou se ele ficar zangado
Ou correr atrás de rato
Sendo um gato de fato
Ou se ta na parceria
Querendo a companhia
É isso o que planeja
Um guará gago gagueja
Um gato gago não mia.
VI
O guará lobo valente
Urge para amedrontar
Protege seu habitar
Ficar sozinho somente
Sua boca e seu dente
Causa medo e agonia
Quando da boca saia
O som que ele traqueja
Um guará gago gagueja
Um gato gago não mia.

Brasília-DF, 25.09.2008
Ilton Gurgel, poeta.

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