A CHUVA FOI
EMBORA DO SERTÃO, A SECA JÁ COMEÇA APARECER.
I
O Sertão que é muito sofredor
A seca é uma calamidade
Existe a grande necessidade
Que passa o querido produtor
E o que ocorre é um terror
Com tudo que venha acontecer
Pouca é a água para beber
Também pouca alimentação
A chuva foi embora do Sertão
A seca já começa aparecer.
II
A chuva que não foi o necessário
Para dar ao Sertão tranquilidade
Inverno que foi menos da metade
Deixando seco o nosso cenário
O quadro do Sertão que é precário
Sem chuva todo mundo pode ver
Plantação pouco tem para colher
Causando tanta preocupação
A chuva foi embora do Sertão
A seca já começa aparecer.
III
Começa a luta que não tem fim
Esse é um problema crucial
Pois sem ter alimento natural
O pasto, a rama e o capim...
No Sertão numa seca é assim
Sem ninguém que possa nos socorrer
O político que só faz é prometer
Mas aí não envia solução
A chuva foi embora do Sertão
A seca já começa aparecer.
IV
Sabemos chuva só ano que vem
Rápido foi a nossa invernada
Vamos ter a água racionada
E muita preocupação também
Porque o pouco recurso que tem
Não vai dar para nos abastecer
Esperança que nós poderemos ter
Somente no autor da criação
A chuva foi embora do Sertão
A seca já começa aparecer.
V
Pássaros cantavam com alegria
Cada um animando a floresta
Pra eles tudo era uma festa
Toda a alegria produzia
Mas aí a seca sem anistia
Eles não tinham mais o que comer
Voaram pra poder sobreviver
Asa Branca e também a ribação
A chuva foi embora do Sertão
A seca já começa aparecer.
VI
A chuva que o começo do ano
Foi pouca e açude não encheu
Volume de água que recebeu
Ficou bem abaixo do nosso plano
Previsto para nosso ser humano
Que aqui já nem pode entender
Tudo que aqui possa ocorrer
Precária é nossa situação
A chuva foi embora do Sertão
A seca já começa aparecer.
Mossoró-RN,
26.04.2016.
Ilton
Gurgel, poeta.
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