sábado, 19 de julho de 2008

NO PRATO DE PRATA BRANCA, COMI O PEITO DO PATO
I
A carne que eu mastigo
Seja caça ou seja pata
Do prato deixo a prata
Na refeição eu prossigo
Não importa o artigo
Da fabricação do prato
Como muito bem de fato
Que a gente não se manca
No prato de prata branca
Comi o peito do pato.
II
Pato chamado pateta
O pato não é patota
Pato não é idiota
Pra pegar pressa aperta
Pato inspira poeta
Pato que anda no mato
Tem o pato carrapato
A pata é muito franca
No prato de prata branca
Comi o peito do pato.
III
Pato pelado sem pena
Pato fica despenado
No prato já preparado
Pato de pena morena
A pata pinta serena
Pro pato palma eu bato
Pato puro sem o fato
O pato na alavanca
No prato de prata branca
Comi o peito do pato.
IV
Como arroz e como pão
Churrasco com farofinha
Pato, peru e galinha
Mandioca e feijão
Mas a minha refeição
A comida eu acato
Eu como tudo que mato
Carne que compro na banca
No prato de prata branca
Comi o peito do pato.
V
Eu que sou um bom sujeito
Gosto de viver a vida
De saborear comida
Um esporte bem perfeito
Do pato gosto do peito
O alimento de fato
Comer não é um mandato
O guloso não se manca
No prato de prata branca
Comi o peito do pato.
VI
Como e não fico fraco
Como canta o guiné
Só não como jacaré
Preservar hoje empaco
Pra comer não tenho saco
É um momento exato
Algo que sempre acato
A comida não se tranca
No prato de prata branca
Comi o peito do pato.

Brasília-DF, 10.10.1999
Ilton Gurgel, poeta.

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